Solange Beatriz é a presidente da
Fenasaúde, e recentemente foi colocada pela Revista Forbes na lista
das 54 mulheres que são destaque em diferentes setores da economia,
incluindo varejo, tecnologia, finanças, consumo, indústria química,
cosméticos, infraestrutura/logística, pesquisa/análise/consultoria,
saúde e terceiro setor.
A crise econômica afetou o mercado de
seguros. Inevitável, mas o segmento saúde foi o mais atingido: os
planos de saúde perderam 1,5 milhão de beneficiários no país. Fruto
do desemprego que cresceu o resultado pode ser explicado pela
deterioração do mercado de trabalho e a queda do rendimento das
famílias. Os beneficiários desempregados deixam de contar com os
planos pagos pelas empresas e, com isso, verifica-se a redução na
aquisição de planos empresariais e próprios.
É no meio desse cenário que Solange
Beatriz representa as empresas do setor e defende uma relação
equilibrada entre os atores do sistema. Em entrevista exclusiva ao
CQCS ela lembrou uma pesquisa que apontou recentemente que a saúde
suplementar é objeto de desejo da população. “Embora o estado
ofereça saúde pública universal, mas considerando a insuficiência
do serviço público, a saúde privada é importante para a manutenção
da saúde da população”, disse ela. Beatriz lembrou que no mercado
br asileiro é 80% dos planos de saúde coletivos empresariais (60%)
e coletivos por adesão (cerca de 20%).
Não há dúvida de que saúde é
importante, mas a executiva da FenaSaúde lembra que o setor tem
questões estruturais e dificuldades próprias que não são privilégio
do Brasil. “Há muitos desafios: longevidade, a questão do alto
custo, a incorporação de novas tecnologias, dos desperdícios, entre
outros assuntos que são desafios naturais e não são exclusivos do
Brasil”, relata.
Ela acrescenta ainda que os
consumidores não sabem como os custos são formados na área da
saúde, quanto custam os materiais, os procedimentos e os
medicamentos. “Como o plano acaba pagando a conta, há pouco
incentivo para que os cidadãos usem seu poder de escolha para
tornar o sistema mais competitivo e transparente”, esclarece.
Em termos de mercado, muitos
corretores de seguro identificaram no mercado de PME´s um
potencial. Para Solange Beatriz isso faz sentido já que os pequenos
empreendedores são uma força expressiva da economia. Para ela,
ampliar o acesso à saúde suplementar é saudável para todos tanto
para o distribuidor quanto para quem está adquirindo o produto.
“Precificação e informação são fundamentais no nosso negócio. Cabe
ao corretor e ao distribuidor passar a informação ao consumidor”,
diz ela.
Ela disse ainda que em 2016 o setor de
saúde suplementar registrou R$ 160,4 bilhões de receita e R$ 160,2
bilhões de despesas. Uma conta muito apertada que se não for bem
administrada pode provocar problemas.
Aproveitando o dia internacional das
mulheres, Solange Beatriz disse que o desafio das mulheres é
grande. “A dupla jornada exige da mulher uma energia grande para
tocar da maneira como se deve e pretende em termos de resultado. O
desafio de conciliar família com trabalho é enorme. Acho que essa é
a chave do sucesso”, finalizou.