O Brasil nunca esteve tão atento aos
riscos cibernéticos – e às perdas potenciais – como agora. O
ataques mundiais de 12 de maio e 27 de junho elevou o tópico
“segurança digital” no ranking de preocupações dos executivos. Mas
como mitigar ou minimizar os prejuízos causados pelos atacantes
virtuais?
Esse foi um dos assuntos discutidos em
fórum organizado pela seguradora AIG Brasil no último dia 14 de
junho que, além dos especialistas da AIG, contou ainda com a
participação de Luiz Milagres, Gerente de Riscos Cibernéticos da
consultoria Ernst Young, e Thales Dominguez, Advogado no escritório
Demarest Advogados e especialista em riscos cibernéticos.
Segundo Luiz Milagres, já é evidente o
amadurecimento pelo qual as empresas brasileiras passam. “Cerca de
40% das empresas listadas da Bolsa de Valores já incluem em seus
relatórios informações sobre investimentos em segurança digital.
Isso mostra o quão sensível é o tema”. Ele ainda reforça que se
engana quem acha que não corre riscos: segundo o especialista, 68%
dos ataques partem de dentro da organização. “Esse ataque pode ser
proposital, quando há um vazamento de dados, por exemplo, ou
involuntário, quando os procedimentos de segurança não são seguidos
à risca.”
Por outro lado, se comparado a
mercados mais maduros do ponto de vista tecnológico, o Brasil ainda
engatinha no entendimento dos riscos. Um dos motivos, segundo os
especialistas, é a falta de uma regulação específica. “Apesar de
possuir o Marco Civil da Internet e a Lei ‘Carolina Dieckmann’, o
Brasil ainda não está no mesmo patamar de outros países, onde
existe o dever de notificação a autoridades e usuários sobre a
quebra de segurança de dados. Por aqui, estamos caminhando”,
ressaltou Thales Dominguez, do Demarest.
“O recente ataque serviu para
introduzir melhor o tema e conscientizar empresários sobre os
riscos atuais”, comentou Tiago Lino, especialista em Cyber Risks da
AIG. Desde então, a procura pelo seguro contra riscos cibernéticos
cresceu 270%. O Brasil por si só já é um dos alvos preferidos dos
hackers, ocupando a 6ª posição no ranking de ataques virtuais,
segundo mapa da empresa global Kaspersky.
Esse tipo de seguro é comercializado
no Brasil desde 2012, mas em especial só nos últimos três anos o
mercado tem enxergado o produto como uma ferramenta a mais para
resguardar as operações. “Trata-se de um seguro que não se limita
apenas à proteção contra os riscos, mas sim uma solução para o
gerenciamento da exposição cibernética de uma empresa”, explica
Flavio Sá, Gerente de Linhas Financeiras da AIG Brasil. “Tanto nas
ameaças internas quanto nas externas, as empresas estão expostas a
perdas financeiras bastante significativas e que podem trazer
consequências à sua reputação e a de seus usuários”, ressalta
Flavio Sá.