Auto Popular, apesar de já ter sido implantado no Brasil, esbarra na falta de desmontes regularizados para aquisição de peças
Para aqueles que optam por um carro mais antigo e popular, pensando na economia na hora da aquisição, os gastos com o seguro podem pesar com o passar do tempo. Pensando nisso, em abril de 2016 foi regulamentado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) o seguro Auto Popular, voltado para veículos com mais de 5 anos e com proposta diferente do seguro tradicional. A prática ainda não está disponível para Pernambuco. Porém, as seguradoras disponibilizam apólices mais em conta para carros populares.
O intuito da modalidade é utilizar recursos mais baratos para diminuir o valor do seguro. Uma forma é valer-se, em alguns casos, de peças reutilizadas de outros automóveis. Porém, essa prática esbarra na regulamentação dos ferros-velhos. “Existe uma confusão entre os proprietários em relação aos seguros disponíveis, uma vez que os desmontes ainda não foram regularizados no estado”, explica o diretor da Federação Nacional dos Corretores, Carlos Valle.
Existe uma lei instituída no Brasil que regulamenta os ferros-velhos, porém a fiscalização ainda não está surtindo efeito. “A lei foi sancionada há dois anos. Talvez por ter várias regras fique difícil para se adaptar”, opina Carlos. Para o seguro Auto Popular concretizar-se era preciso ter um fornecimento de peças com custo menor, para tornar o sinistro mais barato. “Na maioria dos acidentes existe a necessidade de troca de itens dos carros. Mais da metade dos orçamentos é feito através dos valores das peças. Sem uma solução para esse problema a proposta do seguro Auto Popular fica impossível de ser concretizada”, comenta Carlos.
As seguradoras apostam em formas de diminuir os custos de um seguro para os veículos mais antigos e populares. Porém, a adesão ainda não é a ideal. “Essa modalidade atinge os carros com menor valor de mercado, com preços e coberturas mais reduzidos. O ideal é procurar um corretor para maiores explicações e ver qual a melhor opção para o cliente”, aponta Carlos Valle. O aposentado Manoel Moura possui um Corsa 2009, que foi adquirido em 2011. “O valor do nosso seguro é mais em conta por causa da minha idade, mas não se caracteriza no seguro Auto Popular”, aponta.
Uma outra característica para baratear o seguro do veículo é ele ser enquadrado como popular. O contador Juan Victor possui uma Tucson que completou cinco anos em julho. “Desde que adquiri o carro não pratiquei nenhum sinistro, porém no meio do ano o valor do seguro teve um aumento de 0,85% em relação ao ano anterior”, relata. Por ter um modelo que não se encaixa como popular, Juan não seria contemplado pela nova modalidade.