A cada minuto, um carro é roubado ou furtado no Brasil, segundo as estatísticas divulgadas no 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Levando em consideração a soma de furtos e roubos de veículos proporcionalmente à frota de cada estado, o Rio de Janeiro lidera o ranking nacional com uma taxa de 916,7 ocorrências a cada 100 mil veículos. Com a criminalidade tão alta, as seguradoras adotam padrões mais rígidos para realizarem cotações, o que dificulta a vida do motorista fluminense e dificulta para ele conseguir um seguro auto.
Também de acordo com o Anuário, apenas no ano passado, 58.463 automóveis foram furtados ou roubados no estado, um aumento de, aproximadamente, 22% em relação a 2015, quando 47.979 ocorrências de furto e roubo foram registradas. As seguradoras aumentam ou reduzem o preço da apólice, com base na quantidade de sinistros que cobrem, e estes altos índices registrados em várias localidades do Rio de Janeiro impactam diretamente no valor do seguro auto.
Dependendo do CEP em que o carro circula ou ‘dorme’, as propostas de contratação de seguro atingem preços inviáveis. A Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), estima que, nas áreas consideradas de risco, o preço das apólices poderá subir entre 15% e 22% até o final do ano, se comparado com o preço cobrado em dezembro de 2016.
Porém, os motoristas não estão desistindo de buscar por cotações e coberturas, mesmo pagando mais caro. Eles querem contratar, no mínimo, coberturas mais básicas, se protegendo muitas vezes apenas contra furto e roubo, visto que o risco é real para eles. “Recebemos diariamente dezenas de indicações de clientes do Rio que estão procurando na internet por corretores que possam atendê-los. Mas, com as seguradoras tão restritivas, os corretores têm tido receio em comprá-los,” conta Marcelo Hallack, cofundador do MercadoLead.com uma oferta grande de clientes buscando por cotações, mas que não encontram corretores para lhes prestar consultoria e atendimento, a plataforma de leads realiza constantes promoções para o Rio e outros estados onde situação semelhante acontece. Hallack, cofundador do MercadoLead.com conta que, “para não deixar esses leads sem atendimento, fazemos saldões periodicamente, dando descontos de até 30%, porque, embora as indicações sejam qualificadas, faltam corretores dispostos a trabalhar com o seguro auto no estado, pois o produto não tem sido tão atrativo no Rio como normalmente é em outras localidades.”
As regiões com maior número de BOs registrados
Em março deste ano, o Instituto de Segurança Pública do Governo do Rio de Janeiro (ISP-RJ) elencou a delegacia de Vilar dos Teles, em São João de Meriti, como a maior região a registrar ocorrências em 2016, foram 2.950 casos no total. Em seguida o 15º Batalhão de Duque de Caxias, na região metropolitana, teve 2.047 registros, e o 9º Batalhão de Honório Gurgel (Rocha Miranda) contabilizou 1.688 boletins de furto e roubo.
Sendo assim, no cenário nacional, a capital fluminense não lidera a lista das capitais que registram o maior índice de subtração de automóveis. Segundo o 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a campeã é Porto Alegre (RS), que teve 1.146 boletins registrados a cada 100 mil veículos.