Com alta incidência em idosos, a erisipela é uma doença dermatológica que preocupa caso não tratada corretamente. “É uma infecção da pele que atinge a derme e o tecido adiposo (tecido gorduroso), com inúmeros vasos linfáticos. Dependendo da gravidade da patologia e de seu controle, pode até evoluir para uma infecção generalizada”, alerta a dermatologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Dra. Anna Paula Nardi.
Geralmente, a doença é causada por microorganismos, como a bactéria Streptococcus pyogenes do grupo A. “Essas bactérias penetram na pele e mucosa por meio de um pequeno ferimento, como picada de inseto, micoses e trauma, sendo mais comum nos membros inferiores (pernas), embora possa atingir outras partes do corpo”, explica a especialista.
No verão, a presença da erisipela é maior justamente pela predisposição aos fatores que podem desencadeá-la. Por isso, principalmente a terceira idade, deve redobrar os cuidados com a higiene local, utilizar repelentes, secar bem áreas úmidas do corpo e evitar quedas e batidas que gerem traumas nos membros. “Também fazem parte do grupo de risco aqueles que apresentam uma circulação venosa e linfática debilitada, pessoas com excesso de peso, diabéticos descompensados, cardiopatas, nefropatas, imunossuprimidos e os com doenças crônicas debilitantes”, ressalta Dra. Anna Paula. Portanto, controlar o peso e o diabetes, além de utilizar meias elásticas para reduzir o inchaço das pernas são maneiras de prevenir a infecção.
Para identificar a doença, é preciso ficar atento aos sinais de mal-estar, fadiga, febre e calafrios. De acordo com a dermatologista, estes sintomas surgem antes do que os indícios na pele, como vermelhidão, dor, inchaço e calor local. Nos casos mais graves, podem surgir bolhas, escurecimento do local acometido pela bactéria e, como dito anteriormente, até mesmo quadros de infecção generalizada.
Segundo a Dra. Anna Paula, o tratamento é à base de antibióticos orais, repouso e elevação do membro afetado. “Em alguns casos, opta-se pelo uso de antibióticos injetáveis para obter uma resposta mais rápida ou o uso de antibióticos profiláticos, que evitam a repetição do quadro de erisipela. Às vezes, é necessária uma abordagem cirúrgica para remover e drenar as áreas de necrose e com pus. O médico que está acompanhando o caso poderá avaliar e indicar qual o tratamento mais adequado”, finaliza.