Servidores da Secretaria Municipal de
Saúde de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital,
entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta
segunda-feira (11) para cobrar o cumprimento do plano de carreira,
o pagamento de gratificações e a correção da data-base – que é a
recomposição salarial com base nos prejuízos dados pela inflação. A
orientação é manter apenas os serviços de urgência e
emergência.
- Progressão Imediata do plano de carreira com pagamento
retroativo;
- Melhores condições de trabalho e de assistência;
- Prorrogação da lei e reajuste da gratificação do plano de
carreira;
- Pagamento da gratificação de Insalubridade aos Agentes
Comunitários de Saúde, dentre outras categorias;
- Criação da gratificação para supervisores dos Agentes de
Combate às Endemias;
- Correção do valor da data-base 2018. O índice aplicado pela
prefeitura foi de 1,31% enquanto deveria estar entre 2,40% e
2,80%;
- Vale-alimentação;
- Vale-transporte.
Em nota, a prefeitura e a
secretaria afirmaram estar cumprindo com o plano de carreira
conforme limitações da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),
analisando os pedidos de gratificação e dialogando sobre auxílios.
Os órgãos não responderam a outras perguntas feitas
pelo G1, como sobre, por exemplo, um plano B de
atendimento para o período de greve.
“Diante da decisão de paralisação de parte dos servidores de
saúde de Aparecida, a Prefeitura informa que continua dialogando
com o Sindsaúde e espera resolver conjuntamente todos os
apontamentos da categoria, da melhor forma possível, sem prejuízos
à população”, diz o texto.
De acordo com o Sindicato dos
Trabalhadores(as) do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás
(Sindsaúde/GO), as negociações ocorriam desde maio do ano passado,
mas não evoluíram. Ainda segundo a entidade, se a prefeitura
cumprisse todos os pontos em discussão, os servidores receberiam
até 30% a mais por mês, em média.
Com faixas e cartazes,
trabalhadores de diversas categorias se concentraram pela manhã em
frente ao Cais Nova Era, no Jardim Nova Era, para protestar. O
Sindsaúde estimava, por volta de 13h, que entre 250 e 300
servidores estivessem de braços cruzados. Ao todo, a categoria tem
1,5 mil profissionais.
No início da tarde, serviços de
urgência e emergência e atendimentos médicos continuavam regulares.
Apenas parte dos serviços ambulatoriais prestados nas unidades 24
horas estavam comprometidos, tais como o curativo, a vacinação e o
atendimento de enfermagem do Cais Nova Era.
No Cais Colina, os prejuízos
ocorriam no curativo, vacinação e testes do pezinho e mamãe. No
Centro de Saúde Papillon Park, apenas a vacinação estava
comprometida no horário, e no Centro de Atendimento Ambulatorial a
vacinação e o teste do pezinho.
Além disso, das 36 unidades
básicas de saúde (UBS) do município, apenas os serviços de
enfermagem das UBS Santa Luzia, Parque Trindade, Jardim Olímpico e
Alto Paraíso estavam com serviços comprometidos.
As atividades de agentes de
saúde comunitário e de endemias, como controle do mosquito Aedes
aegypti (vetor da dengue, febre amarela, zika e chikungunya),
também foram prejudicadas.
Manifestações e consequências
O Sindsaúde informou que o Cais
Nova Era será um dos pontos de concentração dos grevistas até o fim
do movimento. “A paralisação poderá afetar serviços prestados pelos
Centros de Atendimento Integral à Saúde; Unidade de Pronto
Atendimento; Programa de Saúde da Família; Maternidade Marlene
Teixeira; Centro de Especialidade Médica; Núcleos de Apoio à Saúde
da Família e Vigilância Epidemiológica.”
“Tentamos evitar que a situação
em Aparecida de Goiânia culminasse em uma paralisação, mas a falta
de empenho da gestão não deixou alternativas”, declarou a
presidente do Sindsaúde, Flaviana Alves.
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