Antes de comprar um veículo, o
consumidor deve avaliar seus custos fixos e também o seguro para
não enfrentar sustos durante essa convivência.
Mas o que ocorre é que ao adquirir um
carro, o motorista emprega boa parte de suas economias e somente
depois vai procurar um corretor para fazer o seguro de seu
veículo.
Por não ter feito uma cotação antes e
ter praticamente zerado suas reservas, insiste naquela "apólice no
preço". E aí pode estar cometendo erro grave. "O seguro melhor não
é o mais barato, mas aquele que atende a todas as necessidades do
dono do veículo", sentencia Carlos Valle, diretor da Federação
Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor).
O alerta do especialista é justamente
para evitar que o motorista valorize apenas o preço e tire do
contrato coberturas essenciais e pague por outras que podem ser
dispensáveis. Pode parecer insano, mas a situação relatada é mais
comum do que se imagina e acontece se o motorista não tiver os
esclarecimentos necessários. E o corretor de seguros é o
profissional mais adequado para solucionar o problema.
O presidente do Sindicato das
Seguradoras do Norte e Nordeste (Sindseg), Múcio Novaes, segue a
mesma linha de raciocínio e diz que ser bem orientado pode fazer a
diferença na hora de contratar um plano de seguros, pois é um
especialista que vai apontar a melhor solução para cada
situação.
De acordo com ele, o seguro veicular
se mostrou um instrumento de extrema importância social porque
garante o ressarcimento total de veículos que se envolvem em
acidentes, incêndios e roubos, além de garantir de volta o
patrimônio de muitas famílias que precisam desse veículo para
ganhar sua renda.
Estimativas do setor dão conta de que
cerca de 30% da frota brasileira possuam algum tipo de proteção.
Apesar de o número significativo, executivos acreditam que mais
gente poderia ter acesso a esse serviço se a população conhecesse a
fundo as vantagens de seguro.
Para ajudar a você, motorista e outros
donos de veículos a fazer a melhor opção, selecionamos algumas
sugestões para ninguém errar na hora de contratar a apólice.
Dicas
Procure um corretor de seguros, pois
ele é o profissional legalmente habilitado para exercer a
contratação de uma apólice. A importância do corretor não é somente
na hora de atender um sinistro, mas oferecer toda assessoria na
hora da contratação e durante a vigência do convênio.
Explique a sua necessidade ao
corretor. Isso vai ajudar a estabelecer o melhor percentual da
tabela Fipe que varia de 80% a 110%. Lembre-se que em caso de perda
total, a seguradora poderá indenizar até 10% a mais que o valor do
veículo. A verba extra é necessária porque vai ajudar o cliente nas
despesas do veículo como licenciamento e seguro.
Valor da franquia
O cliente deve olhar atentamente para
o valor de franquia. O motorista pode estabelecer as opções de
franquia normal ou reduzida. É sempre bom simular cada uma delas
para ver em quanto o valor vai aumentar (caso se opte pela franquia
reduzida) ou diminuir (se ele escolher a franquia normal). A
cobertura a terceiros é outra questão polêmica. Qual o melhor valor
para cobrir danos, materiais, corporais e morais a terceiros -
nunca se sabe se vamos ser responsabilizados por um acidente e que
valores serão apontados. Geralmente os motoristas colocam R$ 20 mil
para cobrir esses gastos, mas se o cliente pedir para aumentar o
valor para R$ 50 mil, o custo na apólice não sobe nem R$ 35. Preste
o máximo de informações possível para que seja construída uma
proposta para sua realidade - é muito importante que esses dados
estejam corretos, pois além de se chegar ao preço justo, o cliente
terá mais subsídios se tiver de reclamar algo. Com isso, a busca
por um preço melhor será eficiente.
Opinião do
especialista
'Cuidado com os chamados seguro
pirata'
Os clientes são atraídos por supostas
vantagens, mas o negócio não possui garantias. Quem tiver um
veículo roubado ou se envolver num acidente, por exemplo, terá de
arcar com a conta porque a empresa que ele contratou pode não
indenizá-la. A idade do condutor, tempo de habilitação ou mesmo
região onde o carro fica não pesam na composição de preço dessas
empresas. O perfil não faz diferença, como no seguro de verdade. Só
que o pacote de bondades da venda irregular pode se revelar a maior
fria no futuro. Já as companhias de seguro precisam atender a
muitos protocolos para poderem operar. Devem mostrar garantias
sólidas, patrimônios e reservas de que podem arcar com eventuais
prejuízos dos clientes. Uma seguradora só funciona se tiver
autorização da Susep - entidade que regulamenta o setor no País e é
vinculada ao Ministério da Fazenda.