A prefeitura de Porto Alegre trocou, nesta semana, o plano de saúde oferecido aos seus servidores. A empresa Verte Saúde, que atendia os funcionários públicos desde 2015, dá lugar ao Centro Clínico Gaúcho (CCG). Alguns servidores da ativa e aposentados alegam terem sido comunicados da mudança pela própria empresa, e não pela administração municipal.

Os períodos de carência serão aproveitados, sem necessidade de cumprimento de novo prazo. A princípio, os benefícios continuam os mesmos: consultas em especialidades médicas nas próprias unidades e na rede credenciada, internações hospitalares em quarto semi-privativo (dois leitos dividem o mesmo espaço) e com valores de coparticipação — a maioria dos serviços, porém, ficou mais cara.

A prefeitura continua subsidiando valores mensais para um titular e um dependente.

• Remuneração até R$ 4.546,05 - subsídio de 80%
• Remuneração de R$ 4.546,05 até R$ 8.523,84 - subsídio de 30%
• Remuneração acima de R$ 8.523,84 - subsídio de 10%

Há quem diga ter descoberto pelo próprio plano de saúde a troca, como a auxiliar de enfermagem Tânia de Castro, 73 anos, aposentada há sete. Ela procurou a Verte Saúde há dois meses para marcar exames para uma cirurgia de catarata, que estava sendo discutida há algumas semanas, quando descobriu que o plano de saúde iria se desvencilhar da prefeitura no dia 17 de agosto. No mesmo dia, foi à Previmpa e ao Paço Municipal procurar explicações, mas, segundo ela, ninguém soube informá-la da mudança.

Preocupada, resolveu antecipar todos os exames e consultas possíveis. Nesta segunda-feira (20), ela conseguiu uma nova carteirinha do Centro Clínico Gaúcho e a devida explicação de que o plano de saúde estava sendo trocado pela administração. Por sorte, o mesmo médico com quem ela e o marido consultavam também é coberto pelo novo plano: Tânia já conseguiu marcar uma consulta para 27 de setembro para mostrar os resultados dos exames.

— Fiquei no escuro, apavorada. Ninguém sabia da troca — diz Tânia.

Diretor de comunicação adjunto do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Adroaldo Bauer Spindola Corrêa afirma que a mudança estava descrita no acesso ao contracheque eletrônico no site da prefeitura e nos panfletos do sindicato; porém, ele concorda que a informação não foi bem divulgada para todos os municipários. Sua preocupação é com os servidores que têm procedimentos agendados para os dias seguintes, já que a prefeitura não teria dado orientações concretas sobre o prosseguimento dos acompanhamentos nem respondido aos pedidos de reuniões para debater o tema.

— Ainda é um limbo. Se meu médico não for conveniado ao Centro Clínico Gaúcho, eu vou ter que trocar de médico e iniciar o procedimento. Tentamos ser recebidos pela prefeitura antes para debater a essa pauta, mas não fomos atendidos. Se tivéssemos sido recebidos, essa informação seria mais clara para todos — alega.

A prefeitura afirma que o convênio com a Verte Saúde não foi renovado porque a empresa teria pedido um reajuste financeiro de 173%, valor "bem superior" ao percentual estabelecido em contrato, de R$ 2,95%. Uma nova licitação foi aberta em 8 de junho e o Centro Clínico Gaúcho foi o único concorrente.

O Executivo também diz que comunicou seus servidores sobre a troca por meio de “comunicados, release e pelo Portal RH 24 horas”. Também salienta que “alguns” procedimentos pré-agendados com a Verte foram cumpridos, mesmo após o término do contrato — por telefone, entretanto, a empresa afirmou que todas as consultas agendadas para depois do dia 17 foram canceladas.

Municipários devem comparecer à prefeitura para retirar sua carteira, na Rua Siqueira Campos, 1.300, na sala 945 — inativos devem ir ao 14º andar do mesmo prédio. O horário de atendimento é de segunda à sexta-feira, das 9h às 11h30min e das 13h30min até às 17h30min. Os manuais completos estão disponibilizados neste link do site da prefeitura.