Sucessão empresarial foi tema da live do Clube dos Corretores de
São Paulo. Participaram da conversa Jayme Garfinkel e Bruno
Garfinkel, da Porto Seguro; Boris Ber e Fernando Ber da Asteca
Corretora de Seguros. Evaldir Barbosa e Ivone Elias
conduziram a conversa. Momento da sucessão.
Ao
responder sobre o momento que o assunto surgiu, Jayme lembrou que
ele passou por esse assunto já que o pai morreu cedo. “Esse foi um
assunto que eu vivi e sempre pensei na perenidade da empresa, mas
também pensei sobre o futuro dos meus filhos”,
relembrou. Boris disse que começou a despertar para o
assunto ao notar que colegas corretores não pensavam no
assunto.
“Além de não pensarem no assunto, falavam mal do negócio, então eu
tinha a preocupação de não fazer a sucessão como eu via no mercado
e precisava ver o desejo de cada um dos meus filhos”, disse.Ao ser
questionado sobre em que ponto do processo de sucessão estão,
Jayme disse que está afastado da empresa e passa todos os assuntos
que chegam até ele para o Bruno.
“Vejo apenas os relatórios”, afirmou. Boris Ber contou que ainda
está fazendo o processo na corretora. “Busquei um lugar dentro da
corretora que fosse deficiente e Fernando pudesse se desenvolver,
por isso, ele foi estudar riscos financeiros.
Ele
participava das reuniões da diretoria apenas como ouvinte e hoje,
ele já tem voz ativa”, explicou.Bruno disse que o desafio do
processo sucessório é tirar o chapéu de filho e herdeiro. “Fico
incomodado quando alguém tenta diminuir o meu trabalho que teve
relevância na minha ascensão profissional. Não me vejo em uma via
facilitada pela família”, disse.
Ele
explicou que teve de vencer duas barreiras: a de competência e de
dificuldades de barreiras impostas por ser um membro da família. “O
que fazemos de certo não é mais que obrigação e quando erramos,
ainda cai uma pecha de ‘coitado do Jayme, olha que incompetente o
filho dele’. Tem vantagens? Claro. Eu tive oportunidade de estudar
coisas que muitas pessoas não tiveram.
Por
isso, quem está à frente do negócio e olhando os filhos tem que
motivar e preservar e fazer sonhar com uma empresa do futuro sem
seguir uma cartilha porque ter individualidade preservada é
importante para todas as pessoas”, ressaltou.Do seu lado, Fernando
disse que existe uma grande pressão.
“Empresas bem-sucedidas que têm história sólida e saber, que em um
dado momento, a responsabilidade de levar a empresa adiante e a um
outro patamar, mantê-la viva recai sobre nós e isso por si só, é
uma responsabilidade”, afirmou. Sobre a dificuldade dos
sucessores que tiveram de conhecer os meandros da empresa. No caso
de Bruno Garfinkel, antes de assumir a presidência do conselho, ele
passou por diversos departamentos dentro da companhia.
Fernando acrescentou ainda que não adianta ter um sucessor – seja
filho ou não – que não conheça o funcionamento da empresa. “É
preciso entender as dificuldades, como funcionam as engrenagens e o
dia a dia do negócio. Não tem como tomar decisões corretas sem
conhecer em detalhe cada engrenagem da empresa”, enfatizou.Como
conselho aos filhos que estão em sucessão, Jayme contou que quando
o pai era vivo, na empresa ele o tratava como senhor Garfinkel.
“O
que ele mandava eu obedecia, muitas vezes, chateado. No meu caso
com o Bruno, ele reclamava muito pra mãe, mas ele sempre cumpriu
com as tarefas”, revelou. Jayme disse ainda que muitos
assuntos Bruno não comentava com ele. “Ele respeitou a hierarquia.
Tivemos alguns desgastes de gestão que foi bom termos sofrido
porque deram a ele a maturidade. Pai manda, filho obedece. Um dia
vai chegar sua vez”, disse.
Confira o evento na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=9bvO5ZI42oc&t=4s