Informativo apresenta também
dados assistenciais, econômico-financeiros e demandas de
consumidores
A Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) divulgou nesta segunda-feira (01/03) nova edição
do Boletim Covid-19 com dados sobre a utilização dos planos de
saúde durante a pandemia. São apresentadas informações
assistenciais e econômico-financeiras coletadas até janeiro junto a
uma amostra de operadoras, além da prévia da evolução do número de
beneficiários em planos de assistência médica relativa a esse mês,
número de exames relacionados à Covid-19 realizados pelos planos de
saúde e demandas dos consumidores recepcionadas pela ANS através de
seus canais de atendimento.
O objetivo da publicação é
monitorar a evolução de indicadores relevantes do setor de planos
de saúde durante o período da pandemia, subsidiando análise
qualificada da agência reguladora e prestando mais informações à
sociedade.
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acessar a publicação.
Na parte relativa aos indicadores
assistenciais, são informados a ocupação de leitos, os atendimentos
em pronto-socorro que não geraram internação e autorizações
emitidas para procedimentos eletivos fora do ambiente hospitalar,
entre outros dados que apontam as principais tendências em relação
à utilização de serviços de saúde durante a pandemia. Os
indicadores econômico-financeiros analisam a sinistralidade
observada através do fluxo de caixa das operadoras - movimento de
entrada (recebimentos) e saída (pagamentos) de recursos em um dado
período - e a inadimplência, ou seja, o não pagamento de obrigações
no prazo estabelecido. Confira a seguir as informações
detalhadas.
Evolução de
beneficiários
O número preliminar de
beneficiários em planos de assistência médica registrado em janeiro
segue a tendência de crescimento que vinha sendo observada desde
julho de 2020. Foram 47,7 milhões de beneficiários em planos de
assistência médica na prévia de janeiro, com aumento de 0,16% em
relação a dezembro.
O número é o maior registrado desde
dezembro de 2016 - antes disso, foi superado em dezembro de 2016,
quando foram registrados 47.771.437 milhões de beneficiários. A
evolução crescente de beneficiários demonstra a importância do
setor e evidencia o interesse dos brasileiros no acesso à saúde
suplementar.
De março (início da pandemia) a
janeiro, o aumento ocorreu em todas as modalidades de contratação
do plano, sendo que o maior percentual foi verificado nos coletivos
por adesão (1,68% a mais em relação a março). Considerando o tipo
de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário,
observa-se que a variação foi positiva para os beneficiários acima
de 59 anos em todos os tipos de contratação ao longo dos meses de
março de 2020 até janeiro deste ano. Destaca-se também, no período,
o aumento de beneficiários em planos individuais e
familiares.
Informações
assistenciais
Em janeiro, a taxa de ocupação
geral de leitos (com e sem UTI) nos hospitais da amostra ficou em
68%, assim como em dezembro, abaixo do observado para o mesmo mês
em 2020 (71%). Essa informação considera a ocupação tanto para o
atendimento à Covid-19 quanto para demais procedimentos não
relacionados à doença, e engloba leitos comuns e de UTI dos
hospitais próprios das operadoras da amostra, que representam
aproximadamente 10,5% do total de leitos disponíveis na rede
assistencial de planos privados. Houve um aumento na alocação de
leitos dos hospitais da amostra para atendimento à Covid-19,
passando de 29% para 32%. Esse aumento foi mais expressivo na
proporção de leitos com UTI alocados para Covid-19, passando de 41%
em dezembro para 48% em janeiro. Vale destacar, ainda, o aumento
das internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave, atípico para
a época, com crescimento de 483% em relação a janeiro de 2020.
A quantidade de atendimentos em
pronto-socorro que não geraram internações segue apresentando
retomada lenta e gradual. Em janeiro, houve um crescimento de 1,4%
em relação ao mês anterior, mesmo assim, ainda abaixo do observado
antes do início da pandemia.
A busca por atendimentos de
Serviços de Apoio Diagnóstico Terapêutico (SADT) – que permite
avaliar a tendência quanto à utilização de procedimentos eletivos
fora do ambiente hospitalar – em janeiro ficou 4,7% abaixo do
observado em janeiro de 2020. No entanto, observou-se retorno do
volume de exames e terapias fora do ambiente hospitalar ao patamar
observado antes da pandemia.
Exames
Os dados sobre a realização de
exames contemplam informações coletadas até novembro e têm como
fonte os dados do Padrão TISS (Troca de Informação de Saúde
Suplementar). Nesse mês, foram contabilizados 351.678 exames para
detecção de Covid-19 do tipo Pesquisa de RT-PCR e 52.810 testes do
tipo sorológico. Destaca-se ainda que, em novembro, o número de
exames realizados voltou a subir, interrompendo a queda iniciada em
agosto de 2020.
Cabe ressaltar que os números do
mês de novembro apresentados no boletim ainda sofrerão alteração à
medida que as cobranças forem encaminhadas dos prestadores de
serviços às operadoras e, posteriormente, para a ANS.
Informações
econômico-financeiras
Essa edição do boletim mostra que,
em janeiro, houve redução das despesas assistenciais e do pagamento
de mensalidades em relação a dezembro de 2020. No entanto, o índice
de sinistralidade permaneceu estável e igual a dezembro de 2020
(79%), porém ligeiramente superior ao nível histórico para o
primeiro trimestre, ao se comparar com o primeiro trimestre dos
últimos anos.
Quanto às informações sobre
pagamento de mensalidades, a exemplo dos períodos em que o final do
mês ocorreu no final de semana, o indicador de inadimplência
apresentou alta. Isso pode ser explicado pelo fato de as receitas
ingressarem apenas no mês subsequente ao fechamento do fluxo de
caixa, agravando o resultado do indicador. Logo, considerando que
não houve variação expressiva da receita com contraprestações,
acredita-se que esta variação se deve à postergação dos pagamentos
para o primeiro dia útil de fevereiro, de forma semelhante ao que
se observou nos meses de maio e outubro de 2020.
Demandas dos
consumidores
Em janeiro, houve queda de 18,8% em
relação ao mês anterior no número de reclamações (sobre todos os
temas) registradas nos canais de atendimento da ANS, totalizando
9.196 demandas. No comparativo com janeiro de 2020, a redução foi
de 39,1%, mas estável em relação a janeiro de 2019. As queixas
relacionadas especificamente à Covid-19 também apresentaram queda,
passando de 1.048 em dezembro para 874 em janeiro.
Do total de reclamações sobre
Covid-19 registradas em janeiro, 46% dizem respeito a dificuldades
relativas à realização de exames e tratamento; 27% se referem a
outras assistências afetadas pela pandemia; e 27% são reclamações
sobre temas não assistenciais (contratos e regulamentos, por
exemplo).
De março até janeiro, foram
registradas 17.048 reclamações e 19.913 pedidos de informações
sobre Covid-19. Cabe esclarecer que essa classificação considera o
relato do consumidor ao cadastrar sua demanda na ANS, sem análise
de mérito sobre eventual infração da operadora ou da administradora
de benefícios à Lei 9.656/98 e seus normativos ou aos termos
contratuais.
As demandas de reclamação dos
consumidores passam pela mediação de conflitos realizada através da
Notificação de Intermediação Preliminar (NIP), conforme definição
prevista na Resolução Normativa nº 388/2015. A mediação possibilita
que as operadoras reparem sua conduta irregular e resolvam os
problemas dos beneficiários, evitando, assim, a abertura de
processo administrativo e judicial.
A NIP vem atingindo índices
elevados de resolutividade, alcançando em 2020 (até outubro)
patamares superiores a 90%, inclusive em relação às demandas
relacionadas à Covid-19.
Já o percentual de resolução das
reclamações relativas aos testes para detecção da Covid-19 ficou em
93% para os exames de RT-PCR e 92,4% para os exames sorológicos.
Esse dado informa que a maioria das reclamações apresentadas foram
solucionadas no âmbito da mediação promovida pela Agência.
No portal
da ANS, é possível acessar o monitoramento diário das demandas
sobre Covid-19.
Confira as outras edições
do Boletim
Covid-19.
Sobre os
dados
Para a análise dos indicadores
assistenciais, a ANS considerou informações coletadas junto a uma
amostra de 49 operadoras que possuem rede própria hospitalar. Para
os índices econômico-financeiros, foram analisados dados de 94
operadoras para o estudo de fluxo de caixa e 93 para análise de
inadimplência. Juntas, as operadoras respondentes para esses grupos
de informação compreendem 74% dos beneficiários de planos de saúde
médico-hospitalares.
Adicionalmente, na construção do
boletim, para estes e demais indicadores relacionados a demandas de
consumidores e variação da base de beneficiários, foram utilizados
dados oficiais da ANS, entre eles, o Documento de Informações
Periódicas (DIOPS), o Sistema de Informações de Fiscalização (SIF)
e o Sistema de Informação de Beneficiários (SIB).