Os médicos tradicionalmente têm poucas opções de tratamento para
oferecer a adultos com leucemia linfoblástica aguda (LLA), uma
forma de câncer do sangue que ataca as células B e que evolui muito
rapidamente.
A doença geralmente retorna, com as recaídas seguindo-se ao
tratamento padrão com quimioterapia.
Nesse ponto, os pacientes são frequentemente resistentes à
quimioterapia adicional e não são candidatos para o transplante de
células-tronco, que geralmente é eficaz somente quando a doença
está em remissão completa.
Agora, cientistas do Memorial Sloan-Kettering (EUA) anunciaram o
desenvolvimento de um novo tratamento que usa células do sistema
imunológico geneticamente modificadas para matar as células
cancerosas no organismo de pacientes com recaída da leucemia
linfoblástica aguda.Os resultados do ensaio clínico inicial foram
publicados na revista Science Translational Medicine.
Imunoterapia específica
"Este é uma descoberta entusiasmante para pacientes com leucemia
linfoblástica aguda das células B e uma grande conquista no campo
da imunoterapia direcionada," disse o Dr. Michel Sadelain, que
conduziu o estudo junto com sua colega Renier Brentjens.
A imunoterapia específica, ou direcionada, instrui o sistema
imunológico para que ele reconheça e ataque as células
tumorais.
A abordagem usada pelos dois médicos envolve a remoção de
glóbulos brancos do sangue - células T - e a introdução de um novo
gene nessas células, utilizando um vetor viral.
Vetores virais são vírus que foram desativados para que não
possam se replicar, mas que transportam de forma eficiente sua
carga genética para uma célula hospedeira.
Depois que o gene é transferido e expresso, as células T são
infundidas de volta no paciente, onde se multiplicam e causam
várias respostas imunes diferentes destinadas a atacar as células
cancerosas.
O gene utilizado na imunoterapia específica para leucemia
linfoblástica aguda codifica a criação de um receptor nas células T
que lhes permite reconhecer a proteína CD19, que está presente nas
células B de todas as células tumorais desta leucemia.
Esperanças
Quatro dos cinco pacientes que receberam o tratamento
experimental receberam uma terapia adicional na forma de um
transplante de medula, o padrão de atendimento para os pacientes
que conseguiram alcançar a remissão completa do câncer após
tratamento para a recaída da doença.
Até o momento, três desses quatro pacientes permanecem em
remissão completa, por um período que varia entre cinco meses e
dois anos.