As despesas assistenciais das operadoras de planos e seguradoras
associadas à Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde)
mais do que dobraram nos últimos cinco anos.
Segundo o diretor executivo da entidade, José Cechin, nesse
período, foi apurado um salto de 133,8% dessas despesas. “Essa
expansão está cada vez mais acelerada. As margens operacionais são
pressionadas pelo constante avanço das despesas”, afirma o
executivo, destacando que esse crescimento está bem acima do
aumento percentual das receitas e dos índices de inflação da
economia.
Ele diz ainda que essa diferença se reflete na sustentabilidade
do setor e terminarão inevitavelmente “sendo repassadas aos
consumidores”.
No ano passado, essas empresas desembolsaram cerca de R$ 30,5
bilhões com despesas assistenciais de seus beneficiários, como
consultas, exames, terapias e internações, em 2012. Esse valor é
18,5% maior do que o registrado em 2011.
Cechin explica que boa parte do crescimento das despesas
assistenciais é consequência direta do aumento dos custos das
internações, provenientes de implantes de dispositivos médicos como
Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), muitas vezes
utilizados de maneira excessiva, sem comprovação de benefícios.
Em 2012, as operadoras associadas à FenaSaúde foram responsáveis
pela cobertura de 24,2 milhões de beneficiários de planos de
assistência médico-hospitalar e odontológica. Em todo o mercado de
Saúde Suplementar no país, os planos de saúde alcançaram mais de
66,5 milhões de beneficiários, um crescimento de 4,2% em relação a
2011.
O Sudeste continua líder, com 30 milhões de beneficiários de
planos de assistência médica, mas foi no Centro-Oeste onde houve a
maior adesão a planos de saúde no último ano. As operadoras locais
totalizaram mais de 2,6 milhões de clientes em dezembro de 2012 –
um aumento de 8,6% em relação ao ano anterior.
No último ano, foi registrada redução no número de operadoras de
planos de saúde atuantes no mercado: 100 saíram de operação, sendo
77 de assistência médico-hospitalar e 23 exclusivamente
odontológicas. Desse total, 20 registros foram cancelados por
determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O diretor-executivo da FenaSaúde observa que o elevado número de
operadoras em regimes de direção técnica e fiscal ou liquidadas
extrajudicialmente nos últimos anos, indica uma trajetória de
consolidação do setor de Saúde Suplementar, com a permanência das
empresas mais sólidas financeiramente no mercado. “Nos últimos
anos, a ANS passou a exigir condições mais rígidas das operadoras
atuantes no mercado e das empresas que chegam. A necessidade de
constituir reservas financeiras e disponibilizar planos com um rol
mínimo de cobertura contribuiu para o aumento de operadoras
canceladas e para a redução de empresas com beneficiários. Para a
FenaSaúde, esse movimento demonstra a exigência cada vez maior de
qualidade na prestação de serviços na Saúde Suplementar, que é
defendido pela Federação”.