Promovido pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) de 26 a 28/03, o Encontro ANS reúne nestes três
dias quase 600 participantes na cidade de Recife, entre
representantes de operadoras de planos de saúde, órgãos de defesa
do consumidor e prestadores de serviços de saúde da Região
Nordeste.
A
abertura do evento ocorreu na noite de quarta-feira. O
diretor-presidente da ANS e diretor de Normas e Habilitação de
Produtos, André Longo, fez a fala inicial enfatizando a relevância
da retomada do evento e de sua realização na Região Nordeste, após
três anos: "A escolha do local não foi mero acaso: o setor de
planos de saúde na Região cresceu 20% nós últimos três anos, o que
representa 50% a mais que o crescimento apresentado pela Região
Sudeste no mesmo período. O Nordeste é um grande desafio para a
saúde suplementar por conta das oportunidades e adversidades que
caracterizam este mercado", destacou.
Em
seguida, o secretário municipal de Saúde de Recife, Jailson de
Barros Correia, observou que 44% da população de Recife possui
plano de saúde e que ele percebe nitidamente os avanços no setor:
"É com muita satisfação que vemos cada vez mais a integração entre
a saúde pública e a saúde suplementar, seja na troca de informações
e em processos como o de ressarcimento ao SUS".
A
oportunidade de aproximar a Agência dos mercados regionais,
propiciando o diálogo direto voltado à qualificação do setor entre
os servidores que fazem a regulação e o ente regulado é um
diferencial importante do Encontro ANS, na opinião do diretor de
Normas e Habilitação das Operadoras e diretor interino de Gestão,
Leandro Reis. "O consumidor exige respostas rápidas e eficazes. O
mercado tem espaço para todas as operadoras que focarem suas
atuações na assistência a seus beneficiários, garantindo o
atendimento ao qual eles têm direito de receber, com qualidade",
frisou Reis.
Encerrando a primeira noite do Encontro ANS
Edição Nordeste, o diretor de Fiscalização e diretor interino de
Desenvolvimento Setorial, Bruno Sobral, disse que o setor ainda tem
que perseguir o equilíbrio: "Estaremos no caminho certo quando a
sustentabilidade do setor for decorrente da produção de saúde de
qualidade. Essa é a missão que devemos atingir".
Palestras e
orientações
Na
manhã do primeiro dia de palestras do Encontro ANS Edição Nordeste,
na quinta-feira (27), o auditório lotou de participantes
interessados nos temas relacionados à Diretoria de Fiscalização. A
diretora-adjunta de Fiscalização, Lenise Secchin, apresentou um
panorama geral do setor de planos de saúde na Região Nordeste e
abordou os principais projetos da ANS nesta área: a ampliação da
mediação de conflitos para solução de demandas não assistenciais de
beneficiários de planos de saúde; o Monitoramento da Garantia de
Atendimento, que suspende a comercialização de planos mais
reclamados nos canais de atendimento da Agência; e o Modelo de
Fiscalização Coletiva, que está em fase de conclusão.
A
gerente-geral de Articulação Interinstitucional, Flavia Tanaka,
detalhou o alto índice de resolução de queixas de natureza
assistencial proporcionado pela mediação de conflitos, que chegou a
85,5% em 2013, e sobre a ampliação desse modelo para as demais
reclamações dos consumidores, com o início da Nova NIP -
Notificação de Intermediação Preliminar no último dia 19. O
Especialista em Regulação de Saúde Suplementar e assessor
substituto de Estudos e de Desenvolvimento de Ações para Garantia
de Acesso aos Beneficiários, André Fiúza, demonstrou a metodologia,
os critérios e resultados já alcançados pelo Programa de
Monitoramento da Garantia de Atendimento. As reclamações dos
consumidores são o insumo do programa que, desde 2012, resultou na
suspensão da comercialização de 783 planos de 105 operadoras em
todo o pais. Neste momento, estão suspensos as vendas de 111 planos
de saúde de 47 operadoras.
Qualificação das
operadoras
A
coordenadora de Qualidade e Conhecimento da diretoria de Gestão,
Andréa Lozer, discorreu a respeito do Programa de Qualificação de
Operadoras, que, por meio de indicadores, avalia o desempenho das
operadoras em quatro dimensões: atenção à saúde,
econômico-financeira, estrutura e operação e satisfação do
beneficiário. O índice de cada operadora é mais um parâmetro para a
escolha do consumidor e dá transparência às informações enviadas
periodicamente à ANS.
Os
conceitos e fluxos para a obtenção de autorização de funcionamento
por parte das operadoras de planos de saúde foi o tema abordado
pelo gerente-geral de Acompanhamento das Operadoras e Mercado,
César Serra. Além de esclarecer as regras vigentes, Cesar Serra
afirmou que, desde 2012, a ANS vem desburocratizando e
aperfeiçoando as exigências regulatórias. Além disso, a Diretoria
de Normas e Habilitação de Operadoras tem elaborado cartilhas para
facilitar o entendimento sobre os normativos, todas disponíveis no
portal da ANS em Materiais por tipo de publicação / Folhetos e
Cartilhas.
O
último assunto da quinta-feira foi o acompanhamento
econômico-financeiro realizado pela ANS junto ao mercado de saúde
suplementar. O gerente de Acompanhamento de Operadoras, Bruno
Rodrigues, destacou que monitoramento da situação das operadoras é
continuo e que são implementados programas de adequação
econômico-financeira nos casos de desequilíbrios circunstanciais ou
implementados regimes especiais de direção fiscal, quando um agente
nomeado pela ANS faz o monitoramento presencial na operadora, nos
casos em que os desequilíbrios apresentados são
estruturais.