Na proposta do MPF, as operadoras devem
fornecer os percentuais de cesarianas e partos normais feitos pelos
médicos e hospitais
O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo entrou com ação
judicial para que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
regulamente as cesarianas custeadas por planos de saúde
privados.
Na proposta do MPF, a pedido do cliente, as operadoras devem
fornecer os percentuais de cesarianas e partos normais feitos pelos
médicos e hospitais pagos pelo plano no ano anterior.
Outra proposta é que a ANS determine remuneração maior a ser paga
pelo plano ao médico que optar pelo parto normal em comparação à
cesárea. Com a ação, o MPF quer reduzir o número de cesarianas
realizadas em clínicas e hospitais particulares, que supera o
recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Dados do Ministério da Saúde de 2008 mostram que 43% dos partos
feitos no país são cesáreas. Na rede pública de saúde, o percentual
cai para 34%, conforme levantamento do Sistema Único de Saúde
(SUS), feito no ano passado. Em contrapartida, as cesarianas
representam 80% dos partos feitos em instituições privadas. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as cesáreas não
ultrapassem 15% da totalidade de partos.
Segundo o MPF, a alta taxa ocorre por que a maioria dos médicos
pagos pelos planos não fazem partos normais - que é um procedimento
mais demorado e os profissionais recebem o mesmo valor por uma
cesariana. "O acompanhamento de um parto normal é consideravelmente
mais demorado do que a realização de uma cesárea. Resta evidente,
portanto, a desvantagem financeira do profissional, que se disponha
a atender partos normais, recebendo por uma média de oito horas de
trabalho o mesmo que um colega que só faça cesáreas agendadas, que
duram cerca de uma hora", diz o MPF na ação.
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