O otimismo sempre foi uma marca do
mercado de seguros. Enquanto diversos setores sentiram a recessão
que se instalou no País, os seguradores e corretores apostaram no
crescimento, ainda que menor.
Aparamente, chegou a hora de voltar
a apostar mais alto. O Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo
recebeu na última terça-feira, 06, executivos da Bradesco Seguros
para falar sobre o que acontecerá nos próximos meses e anos.
Como porta-voz desse otimismo,
Marco Antonio Gonçalves, diretor da companhia, começou a sua fala
afirmando que o Brasil precisava de boas notícias. “O País precisa
se recuperar do pessimismo. A grande notícia dos últimos tempos foi
a Olimpíada, ela trouxe de volta a autoestima brasileira”,
afirmou.
Quando as notícias ruins, como o
desemprego, começaram a aparecer cada vez mais, no final de 2015 e
ao longo de 2016, o mercado segurador fez o caminho oposto e
continuou evoluindo. “Mesmo com o decréscimo atingindo todos os
setores, como o automobilístico, o mercado de seguros continuou sua
evolução”, afirmou.
Daqui pra frente e o mercado
de seguros
Para Gonçalves, mesmo com
autoestima um pouco melhor, o País ainda espera por decréscimos em
um futuro próximo. Mesmo assim, a postura dos seguradores de pensar
em crescimento está alicerçada no que o Brasil, apesar das atuais
dificuldades, já conquistou.
O País continua com um posto entre
os 10 maiores PIBs do mundo. “Não é uma economia frágil” e, ao se
tornar mais longevo, abre novas oportunidades. “O abismo que
existia entre a atividade de seguros e a economia é grande, mas
isso é uma excelente notícia”, completa. A expectativa de
crescimento, ainda em 2016, fica entre 9% e 11%, independente da
possível retração de outros setores.
A meta futura deverá ser recuperar
a posição econômica que o Brasil almejava há algum tempo: ser a
sexta economia do mundo. Junto com isso, até 2020, ser uma
potência no mercado de seguros. No Brasil existe a cultura do
patrimônio. O desejo do brasileiro é ter a casa própria, mas não há
a cultura de assegurá-la. “O brasileiro pode passar 30 anos
trabalhando para conseguir adquirir um imóvel e não se dá conta que
pode perdê-la em 30 segundos, por causa de um incêndio”, pontuou o
executivo da Bradesco.
Assim também é no seguro de vida.
Só 18% da população têm essa modalidade de seguro. Geralmente, só
tem por causa de associações. Outro exemplo é o seguro saúde, um
grande desejo da população em geral, mas que só foi alcançado por
25%.
Conquistas
“Se hoje ouvimos dizer que o seguro
de automóvel é comprado, não vendido, isso só ocorre porque os
corretores fizeram isso, alcançaram esse patamar”, comemora
Gonçalves. O executivo falou ainda sobre tecnologia e um tabu para
corretores de seguros: o agente. “É um tabu que precisamos quebrar.
Muitos outros mercados já convivem com a figura do agente de
seguros”, afirmou.
Tecnologia e avanços como o VGBL
Saúde e Autorregulação dos profissionais da corretagem também foram
pontos na fala do porta-voz. O desejo, nas palavras de Marco
Antonio Gonçalves, é que a contratação de seguros seja “vista como
atividade útil e necessária para que o Brasil continue aspirando
ser potência mundial e do mercado de seguros”.