Estudo global desenvolvido
pela Zurich em parceria com a
Universidade de Oxford mostra que a população global ainda
subestima o risco real de perda de renda. Foram entrevistadas mais
de 11 mil pessoas em 11 países para entender a percepção das
pessoas sobre como proteger sua renda.
Sabe aquela história de “acontece om
os outros e não comigo?” Pois é…segundo o estudo, no mundo todo,
38% das pessoas acreditam que existe menos de 10% de chance de um
evento inesperado impedir sua capacidade de gerar renda. No Brasil,
o índice é ainda maior e chega a 41%. Na contramão, 44% das pessoas
já tiveram perda de renda devido à invalidez ou morte de algum
familiar.
Edson Franco, CEO da Zurich no Brasil
diz estar claro que existe uma incapacidade global de o Estado
continuar provendo benefícios para a cobertura de riscos à renda da
população. “Por isso, é nosso papel enquanto empresa global
conscientizar todos os envolvidos: Estado, iniciativa privada,
mercado securitário e população”, diz o executivo sobre a
realização do Estudo.
O estudo mostra que o governo é visto
como a principal fonte de renda dos brasileiros em situações de
perdas repentinas. As poupanças pessoais são vistas como a segunda
alternativa. Diante deste cenário, é possível dizer que o mercado
de seguros pessoais tem muito espaço para crescer no Brasil, visto
que somente 19% entre mais de mil brasileiros pesquisados, por
exemplo, têm algum produto que previne a perda de renda em caso de
morte, o pior índice entre 11 países pesquisados.
Em seguida, com índice mais baixo,
está o Reino Unido, com 21% de penetração deste tipo de seguro. A
média global é de 32% de segurados. Especificamente em relação à
proteção de renda em casos de doenças graves ou invalidez, somente
22% dos entrevistados brasileiros estão assegurados.
Sobre a real noção em relação aos
produtos contra perda de renda causada por morte, 78% dos
brasileiros afirmam desconhecer o que o mercado oferece, enquanto
que 71% não conhecem as proteções contra perda de renda por
invalidez ou doença grave. Apesar disso, dentre os entrevistados
sem Seguro de Vida, mais da metade (56%) diz considerar adquirir
alguma proteção, colocando o Brasil à frente de outros sete países
consultados, como Itália (65%), México (71%) e Malásia (73%).
Outro dado alarmante vem do
questionamento sobre quanto tempo as pessoas conseguiriam se
manter, caso perdessem seus empregos, dos 1 mil brasileiros
entrevistados, ou 72%, não teriam renda para se manter mais de seis
meses – e 28% não teria como custear seus gastos por mais de um
mês. Ambos os índices do Brasil estão acima da média global, 67% e
20%, respectivamente. No México, por exemplo, apenas 18% das
pessoas responderam que não teriam dinheiro para mais de um mês sem
trabalhar.
Na visão de Edson Franco, o mercado
securitário tem a responsabilidade de promover um debate mais
didático para que a população tenha mais consciência dos riscos de
perder a totalidade de sua renda em caso de eventos extremos. O CEO
da Zurich afirma que as prateleiras de produtos de Vida e
Previdência vêm se modernizando para atender aos diferentes perfis
de público e renda, mas reforça que ainda há espaço para avançar
muito mais. “A crença da população de que o Estado dará conta de
garantir a totalidade de eventuais lacunas de perda de renda
precisa mudar urgentemente”, alerta.
Ainda de acordo om o estudo, as
seguradoras detêm a preferência dos brasileiros na aquisição de
produtos contra perda de renda, mas há um equívoco marcante quanto
ao custo de um seguro contra perda de renda: 49% dos entrevistados
afirmam estar dispostos a pagar quase o dobro do valor real de um
produto securitário. Pelo equívoco, consideram que o custo
ultrapassa suas expectativas e deixam de adquirir, sendo que cada
tipo de proteção pode ser contratada por menos de 5% dos
rendimentos pessoais.
Papel do empresariado
O estudo identificou ainda que 67% dos
brasileiros preferem benefícios a melhores salários. Somente 19%
preferem salários mais altos em detrimento de benefícios. O México
é o único país que tem índice maior que o brasileiro: 79%. Apesar
de no Brasil a oferta dos empregadores ser a primeira razão que
levaria os entrevistados a contratarem um seguro de proteção de
renda, apenas 13% dos entrevistados nos 11 países disseram já ter
recebido a oferta das empresas onde trabalham.
“Os dados deixam claro que está sob
responsabilidade do mercado securitário desmistificar à população
as formas de garantir a proteção de renda, ou seja, sem venda
consultiva ainda é muito difícil chegar a este ideal”, comenta o
CEO da Zurich. “Quanto mais bem informada, mais a sociedade entende
a necessidade de se precaver e, para isso, é necessário um esforço
conjunto”, finaliza o executivo.