Como vender seguro de vida a
consumidores que têm dificuldade de compreender e identificar valor
no produto? Antes de mais nada, é preciso conhecer melhor esse
consumidor ávido por novidades e com
pouca paciência para demoras. Assim teve início a apresentação de
Alessandra Monteiro, do IRB Brasil Re, durante o painel “Inovação
do Seguro de Vida: Agregando Valor ao Produto”, durante o 6º
Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro, em 5 de março.
Para conhecer melhor esse consumidor e
seus desejos, afirmou Alessandra, o big data pode ajudar bastante
na identificação de padrões de comportamento, bem como a utilização
de inteligência cognitiva. Outra interessante ferramenta para esse
fim, segundo ela, são os gadgets de monitoramento corporal, como
pulseiras e mesmo smartphones, que também podem ser muito úteis no
estímulo a hábitos saudáveis, além e ajudarem na precificação e
fidelização. Gadgets, estes, que já são usados por seguradoras no
exterior, mas cujo principal desafio, no Brasi, é convencer os
consumidores que seu uso é vantajoso.
Outra tecnologia bastante promissora e
de baixo custo, também já usada no exterior, mas ainda inédita no
Brasil, é a da análise facial no processo de subscrição. Por meio
de um selfie do cliente, é possível identificar idade, gênero,
índice de massa corporal e até mesmo se a pessoa é fumante, ou não.
Ferramentas mais eficientes de subscrição, como essa, disse
Alessandra, viabilizam a criação de novos produtos, mais
personalizados e baratos, sem comprometimento da qualidade e da
margem técnica. Para isso, porém, o investimento em Pesquisa &
Desenvolvimento é fundamental. “Antigamente, ninguém fazia seguro
de vida para diabéticos, pois não se sabia em quanto a doença
influenciaria no risco. Com o big data e outras tecnologias, os
processos de decisão passaram a ser mais bem embasados”,
concluiu.
Mas a má notícia é que ainda estamos
muito atrasados em relação à oferta de produtos inovadores na
comparação com os Estados Unidos e Europa, apesar de estarmos à
frente do resto da América Latina.
Questionado sobre a razão disso, o
debatedor João Carlos Botelho, da Safra Vida e Previdência, afirmou
que a regulação e a jurisprudência são os grandes responsáveis.
Participou também do painel, como coordenador da mesa, Marcos
Spiguel, da Sul América Seguros de Pessoas e Previdência.