O custeio do plano de saúde particular
oferecido pela Prefeitura de Bauru a 5.811 servidores e mais 6.187
dependentes dobrará, se mantidas no próximo contrato as mesmas
condições da atual legislação municipal. Estudo da Secretaria
Municipal de Administração traz que, sem cobrança de dependentes e
sem coparticipação com limites para consultas e exames, a
prefeitura terá de retirar R$ 26,2 milhões do orçamento para manter
o contrato. Hoje, o governo banca uma diferença de R$ 13,2 milhões
por ano para o benefício. Estudo encaminhado ao prefeito Clodoaldo
Gazzetta (PSD) apresenta seis propostas, todas com aumento no valor
pago pelos beneficiários.
O levantamento foi realizado por grupo
coordenado pelo secretário Municipal de Administração, David José
Françoso. "É um tema polêmico, mas que a administração tem de
enfrentar e discutir. É um benefício importantíssimo para a base da
pirâmide salarial da prefeitura, onde estão a maioria e com os
salários mais baixos. Mas o atual formato da lei gerou uma despesa
insustentável. O orçamento municipal paga R$ 1,1 milhão por mês
para arcar com a diferença entre o que é pago pelo servidor e a
fatura da cooperativa prestadora dos serviços. E os dependentes dos
servidores, que são maioria, não pagam", aponta Françoso.
|
Atualmente, o contrato com vencimento
em 21 de julho cobra R$ 145,55 per capita (São Lucas). O servidor
paga 4% do salário bruto para ter a assistência médica, com os
benefícios garantidos para os dependentes. Vale para pais, cônjuge,
filhos até 21 anos. A cobrança feita junto aos servidores gera R$
650 mil/mês, mas a despesa média mensal é de R$ 1,750 milhão. "Hoje
a prefeitura paga a diferença, de R$ 1,1 milhão por mês,
totalizando R$ 13,2 milhões por ano para o plano de saúde. Os
dependentes não pagam, não há limite para número de consultas e
exames e isso se estende aos aposentados e pensionistas, inclusive
seus dependentes", lembra o secretário.
Para manter as mesmas condições, o
estudo junto a prestadoras de serviços traz o valor de R$ 328,00
per capita. O montante anual vai a R$ 26,2 milhões. O estudo
municipal apresenta seis propostas. Em todas é levada em conta a
cobrança, ainda que parcial em algum caso, dos dependentes. As
simulações contemplam opções como aumentar a cobrança de 4% sobre o
salário bruto, inserir coparticipação no custeio com limites de
consultas e exames (10% a 15% do que for utilizado), cobrar uma
taxa por ausência do usuário em consultas agendadas.
Outra alternativa analisa cobrança
integral dos dependentes. Uma delas ainda estuda a possibilidade de
extinção do plano atual com a criação de assistência à saúde paga
pela prefeitura de R$ 150,00 a todos os servidores. Mas cada um
deveria contratar o plano de forma individual, arcando com a
diferença.
O estudo ainda menciona a necessidade
de discutir a redução da idade da cobertura para dependentes de 21
para 18 anos, analisar a extensão do benefício para dependentes de
inativos e o impacto da despesa para a Funprev (que não pode pagar
despesa que não seja previdenciária). Todos os cenários visam
reduzir a despesa no orçamento municipal. O estudo sinaliza que as
medidas podem tornar o plano de saúde particular inviável para a
maioria, com salário mais baixo ou com número maior de dependentes.
As alterações também não seriam vantajosas para os servidores com
salário mais alto, em razão da proposta por fim ao custo zero para
dependentes.
O secretário David Françoso disse que
o estudo foi apresentado ao prefeito e está em fase inicial de
discussão. A alteração na forma de custeio depende de mudança em
lei junto à Câmara Municipal.