Por Beth Koike
| Valor
A Abramge, associação das
operadoras de planos de saúde, está pleiteando à Agência Nacional
de Saúde Suplementar (ANS) a criação de novos modelos de convênio
médico. Entre esses formatos, estão planos em que a precificação é
calculada conforme o risco do usuário. Um fumante, sedentário ou
que pratica atividade de alto risco pagariam um valor maior pelo
plano. "No modelo atual, o risco é compartilhado entre todos. O
usuário que não fuma, pratica esportes e tem uma vida saudável paga
pelos demais. O seguro de carro é precificado de acordo com o risco
do contratante", disse Reinaldo Scheibe, presidente da Abramge.
A ANS informou que "a legislação e
a regulação setorial não permitem que haja discriminação com
cobranças de valores de entrada diferentes em função de condições
de saúde ou de hábitos do consumidor".
Além disso, a Abramge também quer ampliar a comercialização de
plano de saúde ambulatorial em cidades de menor porte. Para isso
acredita que o caminho é firmar parceria com o SUS para que os
procedimentos de alta complexidade sejam realizados na rede
pública. O plano ambulatorial mais simples precisa ter cobertura de
consultas, terapias e exames. Na modalidade mais completa também há
hemodiálise, obstetrícia e internação de 12 horas.
No Brasil, há apenas 1,5 milhão de planos de saúde ambulatoriais, o
que representa 3% do mercado. "Já falamos com o ministro da saúde
sobre a importância de uma parceria com o SUS para desenvolver o
plano ambulatorial no interior", disse Scheibe. A entidade quer
transferir os procedimentos mais complexos para o SUS e retirar a
exigência de atendimento no prazo de sete dias com a alegação de
que em cidades pequenas não há grande oferta de prestadores de
serviços, o que dificulta o cumprimento dos prazos determinados
pela ANS.
Outro pleito da Abramge ao
Ministério da Saúde é a integração de dados de pacientes entre SUS
e operadoras. "Com a lei de informação de dados, esse tema está
ainda mais latente. Ao receber um paciente do SUS poderíamos ter
seu histórico médico, não sendo necessário repetir exames, por
exemplo, se houvesse essa integração.