A Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) ampliou, em caráter excepcional, prazos máximos
de atendimento de beneficiários em casos de realização de
consultas, exames, terapias e cirurgias que não sejam consideradas
urgentes, a fim de que as operadoras de planos de saúde priorizem
atendimentos a pacientes acometidos pela covid-19.
Os beneficiários não serão
prejudicados com a dilação dos prazos de atendimento, na medida em
que ficam ressalvados tratamentos de urgência e emergência, assim
como mantidos os prazos para casos em que os tratamentos não podem
ser interrompidos ou adiados por colocarem em risco a vida do
paciente, a saber: atendimentos relacionados a pré-natal, parto e
puerpério; doentes crônicos; tratamentos continuados; revisões
pós-operatórias; diagnóstico e terapias em oncologia, psiquiatria e
aqueles tratamentos cuja não realização ou interrupção coloque em
risco o paciente, conforme declaração do médico assistente
(atestado).
Consideramos a medida acertada,
ainda que insuficiente, para que as operadoras de planos de saúde
direcionem seus recursos financeiros, físicos e humanos para o
enfrentamento da pandemia neste momento de emergência que o país
atravessa e para que se mantenham sempre alinhadas aos esforços das
autoridades nacionais de saúde.
A evolução da doença no Brasil
ainda é uma incógnita e todos os prognósticos são de que o período
mais severo ainda está por vir. Neste sentido, é fundamental que a
ANS esteja preparada para, com a velocidade e a agilidade que a
situação exige, deliberar sobre eventuais novas medidas desta e de
outras naturezas que se façam necessárias para que as operadoras
possam fazer frente ao aumento das demandas relacionadas à
covid-19.
É preciso estar muito atento e
consciente da necessidade de resguardar a robustez do sistema de
saúde suplementar e, dessa forma, também evitar fragilização maior
do sistema de saúde brasileiro como um todo diante do agravamento
da pandemia.
É fundamental ter presente que a
saúde suplementar é responsável por irrigar, com recursos
financeiros, toda a cadeia de prestadores de saúde do país,
assegurando seu melhor funcionamento. A continuidade desse fluxo de
pagamentos é, portanto, crucial para que todo o sistema de saúde
brasileiro continue funcionando a pleno vapor – e assim se mantenha
ao longo de todo o período mais crítico do enfrentamento da
covid-19. Do contrário, poderemos assistir a um indesejável efeito
dominó em toda a cadeia de saúde, impactando de maneira muito
negativa número considerável de estabelecimentos de saúde dedicados
a salvar vidas.
FenaSaúde (Federação
Nacional de Saúde Suplementar)
*A FenaSaúde
(Federação Nacional de Saúde Suplementar) representa os 15
principais grupos de operadoras de planos e seguros privados de
assistência à saúde, que respondem por cerca de 40% do mercado
brasileiro de saúde suplementar.