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Conselhos decidem essa semana megafusão de operadoras de saúde

Fonte: CQCS Data: 02 fevereiro 2021 Nenhum comentário

Reportagem publicada no jornal Valor Econômico na terça, dia 2 de fevereiro, diz que não há entraves nas discussões de fusão do grupo NotreDame Intermédica (GNDI) com a Hapvida. Segundo o Credit Suisse, que esteve reunido com a direção da Hapvida durante a conferência de investimentos na América Latina, a expectativa é que a proposta seja apresentada aos conselhos das operadoras de planos de saúde nesta semana.

No período de análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que deve se estender até o fim do ano e começo de 2022, a companhia combinada terá dois co-CEOs para que eventuais oportunidades de aquisições de outros ativos que surjam neste período não sejam perdidos.

“A empresa acredita que as despesas aumentam “, segundo relatório do banco assinado por Maurício Cepeda.Ainda durante o evento do Credit Suisse, a direção da Hapvida contou que a sua decisão de propor uma fusão foi tomada porque as duas empresas estavam começando a se enfrentar comercialmente em muitas regiões e concorrendo por ativos, elevando em demasia os múltiplos das aquisições.

Outro fator fomentador da fusão foi a redução na fatia da controladora do GNDI, a Bain Capital, no último follow-on (oferta subsequente), realizada em dezembro.Além do fato das duas companhias já terem conversado no passado sobre uma combinação dos negócios, a boa receptividade da direção da Intermédica à oferta de sua concorrente também ocorre porque a fusão com Hapvida é a melhor opção para se tornar um grupo com presença nacional.

Apesar de improvável uma potencial fusão com Amil e com as seguradoras Bradesco Saúde e SulAmérica (regulatoriamente, as seguradoras não podem ter operações verticalizadas), uma análise teórica feita pela gestora de private equity Teman Capital mostra que a Intermédica enfrentaria grandes problemas concorrenciais em São Paulo que provavelmente inviabilizaria qualquer uma das transações. Uma combinação entre GNDI e Amil geraria uma concentração de mais de 50% na região metropolitana de São Paulo, sendo 40% na capital.

Considerando Bradesco, a concentração na Grande São Paulo seria de 43% e de 37% na capital. No caso da SulAmérica, os percentuais são de 45% e 35%, respectivamente.“Nesse exercício teórico, o remédio provável imposto pelo Cade obrigaria a empresa combinada a vender entre 25% a 33% da carteira inicial das empresas target. No caso da Hapvida, chegamos a menos de 1%.

Do ponto de vista de complementariedade regional, a fusão entre Hapvida e GNDI é a que, de longe, faz mais sentido”, disse Rodrigo Gastim, sócio da Teman Capital, gestora de private equity especializada em saúde e educação.Se a transação for aprovada, a Hapvida pretende também aumentar a verticalização do negócio de medicina diagnóstica da Intermédica, que está num grau menor hoje. A operadora de Fortaleza, por sua vez, já realiza 80% dos exames de seus usuários em rede própria.

Os executivos da Hapvida exemplificaram que na São Francisco, operadora do interior de São Paulo, a migração para um modelo verticalizado não trouxe grandes impactos aos usuários. “Por outro lado, os médicos são os mais impactados. Eles podem estar relutantes em aceitar o novo modelo que tem mais controle, reivindicações e protocolos”, diz Cepeda. A Hapvida estima que cerca de 10% dos médicos não aceitam o modelo verticalizado, a princípio.

 

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