Setor não atingia esse patamar
desde 2017
Mesmo com a instabilidade em toda a
economia nacional, o setor de planos de saúde médico-hospitalares
encerrou 2020 com mais de 47,5 milhões de beneficiários em todo o
país. De acordo com a Nota de Acompanhamento de Beneficiários
(NAB), do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), esse
número não era ultrapassado desde o primeiro semestre de 2017. O
total de vínculos avançou 1,2% em 12 meses, o que representa
aproximadamente 555 mil novas vidas no período.
Para José Cechin, superintendente
executivo do IESS, os números mostram que o setor amargou perdas no
primeiro semestre, mas conseguiu se recuperar na segunda metade do
ano. "Entre fevereiro e junho de 2020, aproximadamente 297 mil
pessoas deixaram de contar com planos de saúde médico-hospitalares,
resultado do elevado número de demissões, interrupção de
atividades, fechamentos de empresas ou ainda da perda de poder
aquisitivo por conta da crise econômica desencadeada pela
Covid-19", aponta o especialista. "A grande queda do número de
beneficiários entre março e junho foi reconquistada entre julho e
setembro. Já o desempenho do último trimestre do ano foi o
responsável pelo avanço em 2020", completa.
Ao longo do ano, a faixa etária de
59 ou mais foi a que registrou o crescimento mais expressivo, com
avanço de 2,8%. Já nos últimos três meses de 2020, os brasileiros
entre 19 e 58 anos foram maioria entre as adesões aos planos. Os
mais de 389 mil novos beneficiários representam um aumento de 1,4%
no período. O que reforça a gradual retomada da economia e novas
contratações.
"Por outro lado, os planos
coletivos por adesão têm apresentado sucessivas altas, em especial
em momentos de instabilidade. Isso porque não há necessidade de
vínculo empregatício, basta vínculo associativo. Por ser coletivo,
apresenta mensalidades mais baixas quando comparado aos
individuais", aponta Cechin. "Apesar de significativamente menor em
números absolutos em relação aos coletivos empresariais, a
modalidade teve crescimento de 2% no ano", reforça.
Em dezembro de 2020, 38,5 milhões,
ou 80,9%, dos beneficiários de planos médico-hospitalares estavam
entre os coletivos. Desses, 83,6% eram do tipo coletivo empresarial
e 16,4% do tipo coletivo por adesão. O resultado está diretamente
ligado ao aquecimento do mercado de trabalho, já que esse tipo de
plano é oferecido pelo contratante aos colaboradores, seja para
atrair e reter talentos, seja por força de acordos coletivos entre
os sindicatos patronais e os dos trabalhadores.
O boletim pode ser acessado na
íntegra no
site do IESS.
Exclusivamente odontológicos
O total de beneficiários de planos
exclusivamente odontológicos superou a marca histórica de 27,1
milhões em 2020. O relatório mostra que o segmento cresceu 4,7%% em
12 meses e firmou 1,2 milhão de novos vínculos, sendo 816,8 mil
apenas nos últimos três meses do ano.
O resultado foi fortemente
impulsionado pela contratação de planos coletivos, especialmente no
Sudeste do país. Contudo, o setor também apresenta avanço
expressivo dos vínculos individuais ou familiares. "A faixa etária
de 59 anos ou mais registrou crescimento de 10,3% no período, o que
representa mais de 210 mil novas vidas com essa modalidade de
assistência. Enquanto os planos médico-hospitalares reduziram muito
a venda de planos individuais e familiares por conta de
desequilíbrios na regulação, para os planos odontológicos, esse é
um mercado que deve continuar crescendo nos próximos anos", conclui
Cechin.