O
avanço das reformas estruturais, tema da matéria de capa da edição
916 da Revista de Seguros, publicação da
Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg, deve permanecer no
radar do Governo para que a economia, fragilizada pelos efeitos
colaterais da pandemia, alcance um crescimento contínuo, mais
vigoroso e capaz de reduzir as desigualdades aprofundadas pela
Covid-19 nos próximos anos.
Mesmo que o recrudescimento da pandemia neste momento exija medidas
emergenciais que impactem as contas públicas, é urgente reduzir o
tamanho do Estado, via reforma administrativa, melhorar sua
eficiência (por meio de privatizações) e buscar a reforma
tributária, para criar um ambiente mais favorável e seguro aos
negócios.Antes de tudo, um calendário factível da vacinação em
massa da população é condição indispensável para a retomada não só
do Brasil, mas também das economias da América Latina, tratadas em
outra reportagem especial da Revista de Seguros.
Entre temores de surgimento de novas variantes do vírus, riscos de
colapsos do sistema de saúde e, na sequência, os remédios habituais
(restrições à mobilidade de pessoas, ao funcionamento dos negócios
até lockdowns), a recuperação econômica latina parece
mais refratária, ainda que a taxa de crescimento esperada, de mais
de 3% na média para os países da região em 2021, possa parecer
razoável, se esquecidas as fortes perdas do ano passado.Lideranças
do setor segurador na América Latina, entre as quais o Presidente
da CNseg, Marcio Coriolano, que também preside a Comissão Regional
Sul da Federación Interamericana de Empresas de Seguros-Fides, e o
boliviano Rodrigo Bedoya, Presidente da Fides e da Asociación
Boliviana de Aseguradores, avaliam as perspectivas da atividade no
ano.
“Além da vacinação, os governos da América Latina devem ser
austeros e assertivos nos gastos públicos, precisam promover
políticas para reduzir a taxa de desemprego e amparar as camadas
mais pobres afetadas pela pandemia. Não são tarefas simples
exigidas para a recuperação de economias médias e fragilizadas”,
afirma Marcio Coriolano.A Revista de Seguros publica também uma
entrevista exclusiva com Miriam Wimmer, diretora da Autoridade
Nacional de Proteção de Dados (ANPD), a entidade federal guardiã da
Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Na
pauta, o planejamento estratégico da ANPD, temas prioritários para
dar transparência e previsibilidade aos agentes de tratamento e aos
titulares de dados e os preparativos para receber comunicações de
indivíduos e de organizações, sobretudo sobre incidentes de
segurança.O ano de 2021 mantém o viés de incertezas, mas algumas
atividades apresentam indicações de reação mais consistente. Esse é
o caso do comércio exterior brasileiro.
A
previsão é de que as exportações, aproveitando-se da retomada da
economia global, voltem à casa de dois dígitos(mais de 13%),
alcançando R$ 237,3 bilhões até dezembro, enquanto o superávit
comercial, quase US$ 70 bilhões no ano, pelas contas da Associação
de Comércio Exterior do Brasil (AEB).Outro setor que deve
permanecer em alta é o imobiliário. A taxa Selic reduzida torna a
compra de imóveis um ativo atraente na diversificação de portfólio
dos investidores, ao passo que a pandemia faz mais pessoas buscarem
casas mais confortáveis para suportar as quarentenas ou dispor de
propriedades mais adequadas para o home
office.
Na
contramão, uma reportagem registra os desafios à espreita da
indústria automobilística. As montadoras devem promover inovação em
um ambiente de negócio bastante adverso- queda acentuada das vendas
na pandemia, fechamento de fábricas, concorrência dos aplicativos
de transporte, chegada dos carros elétricos e talvez dos
autônomos.