O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta
terça-feira 27 parcerias com laboratórios públicos e privados para
a produção nacional de 14 medicamentos biológicos. O acordo vai
permitir, de acordo com os cálculos do governo, uma economia anual
de R$ 200 milhões. "Com a produção local, o País fica menos
vulnerável à flutuação de preços e outros problemas de importação",
disse Padilha.
Com a parceria, o número de medicamentos biológicos que serão
produzidos pelo País passará de 14 para 25. O desenvolvimento de
medicamentos a partir de parcerias ganhou força nos últimos três
anos: o governo se compromete a comprar remédios durante o período
de transferência de tecnologia dos laboratórios privados para
laboratórios públicos. As empresas que fazem a transferência são
beneficiadas porque, durante um período, têm mercado garantido.
Laboratórios públicos, por sua vez, recebem a capacitação para
produção do remédio.
O formato dos acordos anunciados nesta terça-feira traz um
diferencial: para um medicamento, há mais de uma parceria entre
laboratórios. "Aquele que produzir mais rapidamente, for mais
eficiente, ganhará maior fatia do mercado", disse Padilha.
Na nova lista estão medicamentos para tratamento de câncer
(Trastuzumabe, Cetuximabe, L-asoaragubase, Filgrastima), um
medicamento usado para tratamento de câncer e artrite reumatoide
(Rituximabe), outros remédios para artrite (etanercepte,
certolizumabe, adalimumabe), para diabetes, um cicatrizante e uma
vacina.
O governo anunciou também a construção de uma plataforma
tecnológica para produção de remédios a partir de cenoura e tabaco.
De acordo com o ministério, é o primeiro centro de produção de
medicamentos biotecnológicos de base vegetal no mundo. O polo será
construído no município de Eusébio, perto de Fortaleza. As obras
devem começar em 2014 e a produção, prevista para 2016. Ali serão
preparados medicamentos para doenças raras, como Gaucher, e uma
vacina contra febre amarela - a primeira produzida a partir de uma
planta. De acordo com ministério, a tecnologia pode trazer
vantagens em relação àquela feita a partir de vírus e bactérias. Os
remédios teria menos efeitos colaterais.