O consumidor de seguros deverá passar por uma mudança profunda
em sua maneira de lidar com o setor. Em análise de especialistas da
área 63% indicam a esperança de que os clientes passarão, em cinco
anos, a procurar serviços diferenciados, prestar mais atenção em
detalhes das apólices e serem mais críticos em relação ao
atendimento oferecido. Por isso, as empresas precisarão oferecer
produtos muitos bem desenhados, que satisfaçam plenamente os
anseios da população.
Já para 50% dos corretores que se manifestaram sobre o mercado,
o seguro de pessoas daqui cinco anos será principalmente baseado em
novos produtos. Segundo os seguradores os planos individuais é que
terão maior atuação no mercado. O microsseguro também é outra
aposta das companhias. Já para os advogados do setor, é o plano
VGBL que apresenta grande potencial de crescimento.
Os dados são de uma pesquisa desenvolvida pela ANSP – Academia
Nacional de Seguros e Previdência – que divulgou hoje, 30/07, a
primeira Pesquisa Acadêmica sobre o mercado de seguros. A entidade,
que possui membros de diversas áreas, desenvolveu um panorama sobre
as expectativas do mercado, ouvindo opiniões de seguradores (25%),
corretores (22%), advogados (14%) e consultores ou prestadores de
serviços (39%). Em um total de 81 acadêmicos participantes, dos 197
membros.
Na carteira de Automóvel, a questão era descobrir se ela
continuará sendo o principal ramo de atividade no país. Para 45%
dos seguradores ocorrerão transformações profundas no segmento.
Fernando Simões, membro da Academia, ressaltou que essa é uma
tendência natural das companhias. “O segurador não quer mais que
automóvel continue sendo o carro-chefe”. Segundo ele as companhias
anseiam por novos caminhos. Mas para a maioria dos demais
colaboradores, em especial corretores, a crença é que a carteira
continue tendo a mesma importância que tem hoje, mais de 50% das
respostas indicaram essa opinião.
A pesquisa indica ainda qual deverá ser o foco das empresas.
Pessoas e informática são o destaque dos prováveis investimentos,
porém a categoria de advogados acredita na capilaridade, que visa o
aumento da rede, viabilizando o contato mais próximo entre
companhias e clientes, mas essa opção não aparece como grande
intenção das seguradoras.
A última questão trata sobre o que falta no mercado em relação a
trabalhos e debates do setor. Seguradores (45%) e corretores (39%)
acreditam que a discussão de novos produtos que podem ser trazidos
para o Brasil é a informação mais importante que deve ser trazida à
tona. A maior parcela dos advogados (55%) acredita na discussão dos
aspectos legais para melhor entendimento do mercado, enquanto
consultores (53%) enfatizam a análise das tendências como assunto
mais relevante a ser discutido. Nessa questão fica clara a
tendência natural de interesses distribuídos por categoria. Cada
profissional busca avaliar e compreender melhor sua área de
atuação.
A pesquisa veio para abrir os caminhos dos profissionais nos
próximos anos. Sabendo a relação que existe entre todos eles, é
necessário avaliar os anseios de cada grupo para desenvolver um
campo em que todos consigam atuar de forma mais satisfatória e que
isso se reflita também no atendimento ao consumidor. Francisco
Márcio Pires destaca a importância de realizar esse tipo de
análise: “o mercado utiliza essas pesquisas para realizar o seu
planejamento”, aponta.