O mercado  de Saúde Suplementar atingiu a marca de 71 milhões de beneficiários no fim de  2013, um aumento de 5,6% em relação ao ano de 2012. No mesmo período, as  associadas à Federação Nacional de Saúde Suplementar alcançaram crescimento  maior, de 8,9% no número de beneficiários, superando 27 milhões de vidas. Embora  represente 31 empresas, de um universo de mais de 1.200 operadoras, as  associadas da entidade já chegam a 38% do mercado de Saúde Suplementar. As  informações constam no 6º Boletim de Indicadores Econômico-Financeiros da  FenaSaúde.
O estudo  também aponta para bom ritmo da procura por planos exclusivamente odontológicos.  Em 2013, as associadas registraram um crescimento de 9,2% em relação a 2012 e  24,8% quando comparado com o ano de 2011. O número de contratos alcançou, em  dezembro do ano passado, a 12,1 milhões.
De acordo  com Marcio Coriolano, presidente da FenaSaúde, um dos pilares que vinha  sustentando a expansão de beneficiários era o plano de saúde como um benefício  de grandes empresas. “Na esteira disso, a participação de pequenas e médias  empresas que oferecem plano de saúde aos funcionários vem aumentando  progressivamente ao longo dos anos, inclusive com cobertura odontológica. O  ciclo recente de crescimento da economia brasileira, o empreendedorismo e a  terceirização de atividades de grandes empresas estatais e de complexos  industriais privados contribuem para o estímulo do mercado de pequenos e médios  estabelecimentos, expandindo a cultura do benefício para a cadeia de  fornecedores”, explica Coriolano.
A análise  da FenaSaúde mostra que 91,4% dos beneficiários de planos médicos e 97,5% dos  planos exclusivamente odontológicos possuem contratos novos, isto é, com  coberturas garantidas pela Lei 9.656/98. No mercado, a participação de planos  novos é de 87,9% para de assistência médica e 97,7 para exclusivamente  odontológicos.
O Boletim  apresenta um levantamento realizado pela FenaSaúde com base nos dados da Agência  Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre a faixa etária dos beneficiários do  mercado de saúde suplementar. De acordo com informações de dezembro de 2013, o  percentual de brasileiros com mais de 80 anos cobertos por planos ou seguros de  saúde é de 32,4%. Em 2003, essa taxa era de 25,2%.
A faixa com  maior participação relativa é a de 30 a 39 anos, com 33,7%. As faixas de 50 a  59, 60 a 69 e 70 a 79 anos também chamam atenção com taxas de cobertura de  28,2%, 26,2% e 26,3%, respectivamente.
Saúde  financeira do mercado
As  associadas à FenaSaúde registraram, no ano passado, receita de R$ 44,3 bilhões,  enquanto as despesas totais – custos assistenciais, administrativos e impostos –  somaram R$ 42,3 bilhões. O resultado operacional, obtido no ano passado, foi de  R$ 1,9 bilhão.
As despesas  exclusivamente assistenciais somaram R$ 35,7 bilhões, um aumento de 16,1% em  relação ao ano anterior, o que representou 84,3% dos custos das operadoras  associadas em 2013. A sinistralidade no ano de 2013 entre as associadas à  entidade foi de 80,5%.
Para  Coriolano, o aumento das despesas médicas acima dos índices gerais de preços e  do crescimento do PIB é um dos pontos que pode vir a comprometer futuramente a  sustentabilidade do setor, caso não sejam adotadas, dedsde já, medidas para a  sua racionalização.
“Historicamente  os custos assistenciais estão crescendo em um ritmo mais acelerado que o da  inflação geral de preços ao consumidor. A série dos últimos dez anos aponta para  um acúmulo de 133,7% nas despesas per capita com saúde, enquanto a variação do  IPCA foi de 61,1%,” explica Coriolano.
Esta  significativa elevação é justificada pelo crescimento dos preços, frequências de  utilização do benefício e incorporação de novas tecnologias, como medicamentos e  materiais mais caros e inclusão de exames sofisticados ao Rol de procedimentos  fixados pela ANS.
As  associadas encerraram 2013 alcançando R$ 12,1 bilhões em provisões técnicas, o  que representa 50% de todo o mercado de Saúde Suplementar, R$ 24,2 bi. Esses  valores são reservas financeiras garantidoras, constituídas ao longo dos anos e  devem ser mantidas, obrigatoriamente, pelas operadoras de planos e seguros de  saúde para garantir o custeio assistencial dos beneficiários do setor de saúde  privada.