Diversos fornecedores de serviços médicos e
vendedores de TI já trabalham neste sentido
“Para
as assistências médicas, isto representa a verdadeira revolução
social”
Esta declaração sobre o valor
dos sites de redes sociais, blogs e outros fóruns online sobre
cuidados com os pacientes foi dada por Katherine Chretien, médica
no Washington DC VA Medical Center, e por Terry Kind, médico do The
George Washington University School of Medicine.
É incomum para acadêmicos reservados
falarem sobre revoluções, mas o entusiasmo deles é garantido. A
lista de potenciais aplicações para assistências médicas a partir
de mídias sociais e plataformas colaborativas é quase
ilimitada.
A TI já está impactando nos trabalhos
realizados pela área da saúde, tornando os processos mais seguros e
efetivos. Pelo menos quatro tipos de aplicações podem ser usados
para exemplificar a afirmação.
• Uma segunda geração de portais para
pacientes e sistemas seguros de mensagem que engajem pacientes por
conta própria. O Intuit Health e Medseek são os principais
exemplos.
• Aplicações que rastreiem os
movimentos dos pacientes enquanto eles fazem a transição entre o
hospital e a casa deles, entre a visita do médico e os cuidados da
enfermeira residencial, garantindo que os dados certos circulem
junto aos pacientes e todas as providências sejam tomadas
corretamente durante seu tratamento. Como exemplo, podemos citar o
Siemens CareXcell. Este software, combinado com uma série de
ferramentas colaborativas, torna a troca de dados entre clínicas
mais fácil e mantem anotações sobre os pacientes e
responsabilidades específicas para as equipes conforme os pacientes
mudam-se de lugar para lugar.
• Ferramentas sociais que forneçam
aos médicos acesso em tempo real a médicos de diversas
especialidades para ajudar a gerenciar casos e realizar
diagnósticos complicados. O Doximity, Sermo e QuantiaMD, por
exemplo, são basicamente versões do Facebook para médicos,
permitindo a eles compartilhar seus pensamentos junto com dados de
laboratório, imagens e outros tipos de dados.
• Ferramentas que possam
comercializar e cultivar a reputação de organizações provedoras de
serviços de saúde. A Mayo Clinic, por exemplo, atraiu atenção para
si após criar um pacote de boas medidas que oferecem ao paciente
uma variedade de recursos educacionais e um sistema de checagem de
sintomas que ajuda as pessoas a determinarem quando elas precisam
de cuidados médicos. A ferramenta também dá aos pacientes acesso
aos seus dados e permite que eles façam apontamentos e peguem novas
prescrições online.
Admitidamente, a maioria dos sistemas
EHR tem a capacidade de fazer muitas das coisas detalhadas acima,
mas as clínicas são taxativas em afirmar que eles são difíceis de
usar e frequentemente não interagem com outros sistemas das
assistências médicas.
Em uma recente entrevista ao
Huffington Post, o CIO da Universidade de Medicina do Mississippi,
David Chou, opinou que as mídias sociais estão rapidamente se
tornando o meio preferido para interações entre médicos e
pacientes, pacientes e pacientes e médicos e médicos.
Como exemplo, grandes centros medicos
agora possuem programas para suporte online que permite aos
pacientes que possuem a mesma doença compartilhar experiências.
Segundo Will Reese, líder do setor de inovação na agência de
marketing Cadient Group, diversos locais já estão encorajando
médicos a usar ferramentas de mídia social para engajar seus
pacientes e construir uma relação de lealdade.
Mas claro que existe um lado negativo
na utilização das mídias sociais em assistências médicas. Alguns
pacientes acabam se empolgando com a plataforma assim que eles
percebem que seus médicos estão disponíveis online, importunando-os
por qualquer pequena dor ou incômodo. É por isso que os
fornecedores devem estabelecer regras de conduta claras para a
comunicação entre médicos e pacientes. Os médicos também queixam-se
de não serem compensados adequadamente pelo tempo que eles passam
respondendo às mensagens dos pacientes. Além disso, o comentário
feito por Chretien e Kind é referenciado sob cautela por
estabelecer uma nova relação entre paciente e médico, priorizando o
online aos encontros pessoais.
Apesar destas questões que ainda
estão em aberto, a indústria precisa participar desta revolução. É
necessário que sejam abertas novas possibilidade, e para isso será
necessário que os riscos sejam colocados de lado.