O governo do Paraná liberou a
segunda parcela do Programa de Subvenção Estadual de Prêmio do
Seguro Rural nesta segunda-feira (13). No total, foram
disponibilizados R$5,3 milhões para as safras de inverno, como por
exemplo, trigo, cevada e aveia. Com este recurso, o seguro
contratado pelo agricultor fica, em média, 30% mais barato.
Tanto o governo estadual quanto o
governo federal disponibilizam esse programa, que dá desconto aos
agricultores na hora da contratação do seguro, aos produtores
rurais. O prêmio estadual chega a cobrir até R$ 4.800
do valor da apólice. No Paraná, aproximadamente 6.500
agricultores poderão se beneficiar com a medida.
De acordo com o Departamento de
Economia Rural (Deral), em 2014 foram aplicados R$ 6,9 milhões no
Programa de Subvenção Estadual de Prêmio do Seguro Rural. Em 2015,
a previsão é de que o valor ultrapasse os R$ 7,6 milhões. Para
contratar o seguro com o desconto, o produtor rural deve procurar
seguradoras credenciadas.
Além das culturas do
trigo, milho de segunda safra e cereais de inverno, são
amparadas pelo programa as culturas do café, algodão, alho, aveia,
cevada, feijão, abacaxi, ameixa, batata, caqui, cebola, figo,
goiaba, kiwi, laranja, maçã, melancia, morango, nectarina, pera,
pêssego, tomate, tangerina e uva, além de florestas plantadas e
para a pecuária.
Demora nos
repasses
Enquanto o governo estadual já
anunciou o valor do repasse para as culturas de inverno, o governo
federal ainda não sinalizou quando vai disponibilizar o orçamento
para o Seguro Rural. Com isso, há risco de os agricultores que já
começaram o plantio não terem acesso ao benefício federal. Sem
essa ajuda, a contratação do seguro fica inviável, diz o
setor.
Segundo o economista e coordenador
do departamento de técnico da Federação de Agricultura do Estado do
Paraná (Faep), Pedro Loyola, a indefinição do governo federal
quanto ao orçamento e as regras prejudica todas
as regiões do país. Para ele, os produtores não vão
contratar o serviço, que custa caro, e as seguradoras não vão
liberar as apólices devido a essa instabilidade.
“Sabemos que para 2015 o Ministério
da Agricultura deve disponibilizar em torno de R$ 640 milhões para
o seguro. No entanto, a pasta já adiantou que aproximadamente R$
300 milhões serão utilizados para pagar os atrasados de 2014. Como
estamos em um período de ajuste fiscal, ainda corre o risco de o
orçamento ser ainda menor para o seguro rural”, explica Loyola.
Conforme levantamento da Faep, em
2014, cerca de 10 mil produtores de trigo contrataram o seguro com
subvenção do governo federal, ou seja, 47% da área plantada no
Brasil – 1,28 milhão de hectares – estava segurada. Para este ano,
os números são incertos.
Como muitos agricultores já
começaram o plantio do trigo no Paraná, muitos podem não ter tempo
de contratar o serviço com os dois prêmios. “As seguradoras não
fecham contratos com a cultura implantada. Por isso, acreditamos
que se as regras e os recursos do governo federal não forem
liberados até o dia 25 de abril, muitos agricultores não serão
beneficiados”, detalha Pedro Loyola.
Até o fechamento desta reportagem,
o Ministério da Agricultura não informou quando as regras e os
recursos para o seguro rural serão disponibilizados.