O mercado de seguros começou o ano
emitindo claros sinais de recuperação, mesmo diante de um cenário
econômico ainda instável. Segundo o presidente da CNSeg, Márcio
Coriolano, após crescer 9,2% em 2016, o setor avançou ainda mais
rápido no primeiro bimestre de 2017, com um salto de 10,2% na
receita de prêmios. “Isso mostra que há espaço muito grande para a
recuperação. Mesmo com o Brasil enfrentando recessão muito forte
nos últimos dois anos, o nosso setor mostrou certa resiliência”,
comemorou Coriolano, em entrevista exclusiva ao CQCS, logo após a
solenidade de abertura do 6º Encontro de Resseguro do Rio de
Janeiro, nesta quarta-feira (05/04).
Ele destacou a grande importância da
realização desse evento, organizado pela CNSeg, em parceria com a
Fenaber e Escola Nacional de Seguros, em um momento no qual surgem
novas oportunidades, como a aprovação, no Congresso, de novas
regras para o seguro garantia de obras públicas, com cobertura de
até 30% do valor da obra, e a discussão no governo sobre o fim do
monopólio estatal no seguro de acidentes de trabalho, que deve ser
aberto para as seguradoras privadas. “Ambos, envolvem danos
vultosos, que requerem a participação forte do resseguro”, comentou
o presidente da CNSeg.
Ele frisou ainda que está em curso um
processo de maior equilíbrio entre a participação do IRB Brasil Re,
que ainda detém reserva importante no mercado de resseguro, e
demais competidores.
Márcio Coriolano salientou que esse
cenário pode mudar muito nos próximos anos, não apenas em razão da
progressiva redução do percentual de reserva do IRB, mas também a
partir da aprovação de projetos relacionados aos seguros garantia e
de acidentes de trabalho, entre outros que provocam grande
movimentação do mercado. “O resseguro movimento R 10 bilhões no
Brasil, que ainda é pouco. No mundo todo, o resseguro tem função
importante e o Brasil precisa recuperar essa desvantagem e
converter isso em beneficio dos cidadãos”, concluiu.