Já faz algum tempo que as entidades e
os profissionais do mercado de seguros vêm alertando sobre os
perigos de operações denominadas “proteção veicular”, feitas por
associações e cooperativas. A prática é constante e cresceu nos
últimos anos pondo em risco o patrimônio dos que pensam estarem
seguros ao procurarem proteção por meio dessas associações,
pensando que as soluções mais baratas trarão benefícios.
Depois que o corretor de seguros tanto
reclamou finalmente o mercado como um todo despertou para a
importância de se combater essas empresas. No ano em que a queda na
venda de automóveis impactou diretamente a venda de seguros auto, o
crescimento da violência refletiu imediatamente no aumento de
sinistros e fez o mercado assistir à proliferação das associações
veiculares que se valerão do desconhecimento do consumidor sobre o
funcionamento do seguro. Nesse cenário, o alerta dos corretores –
que há anos denunciam a existência dessas empresas – ganhou força e
chegou ao Congresso Nacional.
Em 2017, proliferaram as denúncias de
consumidores que foram enganados por essas empresas. O grande
problema é que a descoberta de que foram enganados aconteceu
justamente no momento em que mais precisavam: na ocorrência do
sinistro.
As associações vendem a chamada
‘proteção veicular’ sem autorização e isso coloca consumidores em
risco. Segundo a Susep, como essas associações e cooperativas não
estão autorizadas a comercializar seguros, não há qualquer tipo de
controle técnico de suas operações. A atuação dessas empresas
prejudica o mercado porque lesa o consumidor e coloca em xeque a
credibilidade das seguradoras que seguem regras.
Preocupada com o crescimento da
atuação das associações, a Superintendência de Seguros Privados
(Susep) constituiu um grupo de trabalho para debater a operação das
empresas que atuam sem a autorização. “Um órgão supervisor forte
preza pela eficiência do setor, atuando como agente de fomento e de
combate ao mercado marginal”, disse Joaquim Mendanha,
superintendente da Susep. O grupo será formado por representantes
do Governo, por meio da própria Susep e da Secretaria de Política
Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda; de entidades e
instituições representativas do setor de seguros, como a
Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), a Federação Nacional
dos Corretores de Seguros (Fenacor) e a Escola Nacional de Seguros
e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).