O deputado Geraldo Resende (PMDB/MS) apresentou, nesta
quinta-feira (18), projeto de lei que altera as normas válidas para
os planos e seguros privados de assistência à saúde, tornando
obrigatórias as coberturas para remoção de excesso de pele
remanescente de cirurgia bariátrica e de transplante de fígado,
coração, pâncreas e rins.
Pela proposta, a cirurgia para remoção de excesso de pele poderá
ser feita após transcorridos dois anos da realização da cirurgia
bariátrica.
Segundo o deputado, a diminuição drástica de peso de pacientes
submetidos à gastroplastia ocasiona a perda da elasticidade da pele
e prejudica não só sua auto-estima, como também fatores básicos de
sua vida. “O excesso de tecido remanescente resulta em
prejuízos à postura e ao equilíbrio, dificuldade de integração
social e de relacionamento sexual, além de depressão e dermatites
localizadas nas dobras da pele. Dessa forma, a cirurgia para
remoção de excesso de pele é procedimento complementar, necessário
e indispensável ao bom resultado da cirurgia bariátrica”,
argumenta.
Ele lembra ainda que o problema da obesidade no Brasil e no
mundo tomou proporções alarmantes. O deputado cita dados divulgados
pela Organização Mundial de Saúde em 2010, segundo os quais pelo
menos 2,6 milhões de pessoas morrem todo ano por complicações
causadas pela obesidade. “Somente no Brasil há cerca de 17
milhões de obesos, que representam 9,6% da população
nacional”, observa o parlamentar, acrescentando que, nesse
contexto, passa a ser imprescindível a inclusão da cirurgia para
remoção de excesso de pele no Rol de Procedimentos e Eventos em
Saúde com cobertura assistencial obrigatória pelos planos de
saúde.
Quanto às cirurgias para transplante de órgãos, ele acentua que
são “a última esperança de cura ou de sobrevida para milhares de
pessoas que aguardam na fila de espera para receberem um novo
órgão”. Assim sendo, o parlamentar entende que, além da dificuldade
para se conseguir um doador, não se pode infligir mais sofrimento
ao paciente sem condições financeiras para arcar com os gastos de
uma cirurgia urgente, quando não consegue ser atendido pela rede
pública de saúde. “Diante da possibilidade de se salvar uma
vida mediante o transplante de órgão disponível, é justo que os
planos de saúde promovam a cobertura completa do procedimento ao eu
beneficiário”, frisa.