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Delegado afirma que prejuízo causado a planos de saúde privados é superior à fraude no IPE

Fonte: Zero Hora - Rio Grande do Sul Data: 01 março 2018 Nenhum comentário

A equipe da Delegacia de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil gaúcha começou a analisar,  na tarde desta terça-feira (27), o material apreendido mais cedo durante operação contra a chamada "máfia das próteses", como computadores, celulares, tablets, documentos e pendrives. Os bens apreendidos, incluindo imóveis e carros, somam cerca de R$ 22,5 milhões. O objetivo é encontrar ainda mais provas dos crimes praticados pela quadrilha. 

O inquérito é uma sequência do trabalho realizado em 2014 e 2015, quando foi descoberto esquema de superfaturamento de próteses pago pelo Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul(IPE). O prejuízo estimado na época ao IPE foi de cerca de R$ 1,7 milhão. Desta vez o foco foi a fraude que lesou planos de saúde privados.

- Não queremos falar em estimativa de valores ainda, mas é certo afirmar que essa fraude aos planos de saúde é mais do que o dobro do prejuízo ao IPE. Isso que ainda faltam os dados de um grande plano de saúde, que pode superar ainda mais esses valores - destaca o delegado Filipe Bringhenti, responsável pela investigação.

Delegado Filipe Bringhenti - Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro da @policiacivilrs - sobre próximos passos da investigação sobre lavagem de dinheiro envolvendo cirurgias de próteses. @GauchaZH

Conforme o delegado, cerca de 10 planos foram procurados para saber quanto tinham pago por determinadas próteses solicitadas pelos investigados no período de 2014 e 2015. Os dados recebidos já comprovariam o superfaturamento dos materiais, sendo que um dos maiores ainda não respondeu aos ofícios. 

Neste inquérito, quatro pessoas são investigadas. O médico ortopedista Fernando Sanchis e a esposa dele são apontados como líderes do esquema. Outro médico recém formado e a esposa dele, que é irmã do ortopedista, seriam os laranjas.

- Bastante dinheiro foi faturado naquela época e para dar alguma aparência de legitimidade esse dinheiro foi sendo aplicado em nome de terceiros, que são esses outros dois investigados. Esses emprestaram os nomes para que bens fossem adquiridos, quando os proprietários de fato eram os dois, o casal que faturou dinheiro com o estelionato.

Segundo o delegado, os crimes de estelionato e lavagem de dinheiro já estão comprovados. Conforme as investigações, o dinheiro desviado era lavado em lojas de produtos para bebês e crianças em Porto Alegre e Canoas. A pedido dos advogados dos investigados, a oitiva deles, que aconteceria nesta terça-feira, ocorrerá em outra data. O pedido de prisão dos investigados foi negado pela justiça.

GaúchaZH ligou cinco vezes para o advogado dos quatro investigados,  Diego Marty, mas não teve retorno. Mensagem também foi deixada. No escritório, ninguém atendeu.

 

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