O
jornal Valor Econômico publicou uma reportagem nesta segunda-feira,
09, sobre a atuação das registradoras de seguros. Neste mês de
agosto, as primeiras registradoras homologadas pela
Superintendência de Seguros Privados (Susep) deram novos passos na
implementação do sistema de registro de operações (SRO) no Brasil.
Com a criação dessa estrutura, as registradoras vão disponibilizar
informações sobre seguros numa base centralizada.
A
reportagem aponta que o registro no SRO passou a ser obrigatório
para as operações relativas a apólices, certificados e bilhetes dos
seguros classificados no grupo de riscos financeiros, caso, por
exemplo, dos seguros de grandes riscos e de fiança
locatícia.
Todas as operações do setor deverão integrar o sistema até 2023,
mas para todos os ramos já é possível fazer os registros de forma
facultativa.
São
três registradoras homologadas pela Susep: B3, Central de
Recebíveis (Cerc) e CSD. Pelas regras do sistema, elas precisavam
criar uma plataforma de dados para enviá-los ao
regulador.
Antes do SRO, as seguradoras enviavam os dados diretamente à Susep.
Agora, as registradoras vão disponibilizar as informações numa base
centralizada.
Em
declaração ao jornal, o fundador e presidente do conselho da Cerc,
Marcelo Maziero, disse que a plataforma está sendo finalizada e que
até o fim de agosto o software será concluído para que comece a
funcionar em setembro.
De
acordo com a reportagem, as registradoras criaram uma associação
com fins apenas administrativos. “No começo, as seguradoras podem
ter olhado para o SRO como mais uma obrigação, mas depois começaram
a entender que ele é um marco no mercado de seguros, que pode abrir
a possibilidade de desenvolver novos produtos”, declarou ao jornal
Marcos Watanabe, da insurtech Suthub, que foi escolhida para
desenvolver a plataforma do SRO.
O
executivo disse que o mercado vai começar a ter dados atualizados
sobre securitização de ativos, praticamente em tempo real.
Watanabe, que também é cientista de dados, explicou que será
possível identificar algum risco de que uma empresa ainda que não
esteja protegida, abrindo espaço para uma seguradora oferecer ou
desenvolver determinado produto.
“O
SRO é o pontapé inicial do open insurance. É um mar de
possibilidades. Ele vai permitir a separação muito clara de
diversos atores de mercado, o surgimento de novos modelos de
negócios e novos produtos”, afirmou.
Recentemente, a Brasilprev fez uma emissão de R$ 550 milhões em
debêntures subordinadas, o que só foi possível por ter aderido, de
forma facultativa ao SRO – uma das condições para que esse tipo de
operação seja feito por seguradoras. “Com certeza vamos ter esse
movimento no mercado”, acrescentou Watanabe.