Foi considerada população monitorada pela
AxisMed. Especialista alerta para falta de campanhas de
conscientização nas empresas
Cerca de 15% dos funcionários das empresas
brasileiras sofrem de depressão, número considerado próximo do
registrado mundialmente. Pelo menos é o que se pode afirmar
considerando a base monitorada pela AxisMed, empresa especialista
em Gestão de Saúde Populacional, que oferece programas específicos
para empresas e operadoras de planos de saúde no País, totalizando
cerca de 90 mil vidas.
Segundo Tânia de Abreu Carvalho,
médica do trabalho e psiquiatra responsável pela governança clínica
da empresa, praticamente não existem nas companhias programas ou
campanhas específicas e continuas de conscientização e abordagem do
tema – muito embora as que promovem hábitos mais saudáveis já
representem um avanço. No entanto, diz, transtornos mentais ainda
seguem sendo “um tabu”.
O problema, segundo Tânia, é que o
estigma do tema e a falta de assistência médica precisam ser
superados com medidas e investimentos efetivos, ou então os
trabalhadores seguirão sofrendo em âmbito pessoal, social e
executivo. Afinal, reitera a especialista, a depressão é uma
preocupação de saúde e socioeconômica, já que trabalhadores com a
doença tem problemas de autoestima, raciocínio, memória, capacidade
para tomar decisões e planejar, gerando impactos no desempenho,
presenteísmo, absenteísmo, afastamentos por acidentes e
outros.
Até 2030, de acordo com relatório da
Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão será a doença mais
comum no mundo, superando a incidência de câncer e algumas doenças
infecciosas. Atualmente, ela é a quarta principal causa de
incapacitação do planeta.
No Brasil, segundo um estudo do
Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, 18% da
população estava deprimida há pelo menos um ano. Dentre os países
em desenvolvimento, o Brasil é um dos lideres do ranking mundial de
prevalência de depressão, considerando um período de mais de 12
meses seguidos com o transtorno. Segundo o Ministério da Saúde,
transtornos mentais estão em terceiro lugar entre as causas de
concessão de benefício auxílio-doença, afastamento do trabalho por
mais de 15 dias e aposentadorias por invalidez.