Os médicos vão parar o atendimento de rotina no Sistema Único de
Saúde (SUS), no dia 25 de outubro, para pedir melhorias na rede
pública. É a primeira vez que a categoria fará uma paralisação
nacional no sistema público, segundo o presidente da Federação
Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes.
No ano passado, os médicos fizeram uma concentração em Brasília
em defesa do SUS.
O dia nacional da paralisação no SUS foi acertado, na
sexta-feira (5), em reunião da Comissão Pró-SUS, formada por
membros da Fenam, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da
Associação Médica Brasileira (AMB), as principais entidades da
categoria no país.
Os profissionais reivindicam aumento salarial, plano de
carreira, melhores condições de trabalho, assistência de qualidade
aos pacientes, financiamento permanente para o SUS e capacitação
dos gestores públicos. As demandas serão apresentadas ao Ministério
da Saúde e ao Congresso Nacional no dia seguinte à paralisação.
“O atendimento é lastimável, principalmente nas urgências e
emergências. Não há mais mortes porque as equipes de saúde se
desdobram. Não podemos ficar calados diante disso. É preciso fazer
algo mais contundente para sensibilizar os gestores”, disse o
presidente da Fenam, Cid Carvalhaes.
Os casos graves e emergências serão atendidos durante a
paralisação. “O movimento não é contra a população, mas para
alertá-lo sobre o direito de atendimento da qualidade na área da
saúde”, destacou Carvalhaes.
Em abril, os médicos conveniados aos
planos de saúde suspenderam consultas e cirurgias eletivas por um
dia para cobrar reajuste da remuneração paga pelas operadoras. Mais
de 80% da categoria aderiram ao movimento em todo o país.