Em uma reunião na última sexta-feira (1º), a
direção da Chapecoense decidiu que cederá uma parte da indenização
que cobra na Justiça da BISA Seguradora às famílias das vítimas do
acidente de novembro de 2016, na Colômbia.
Conforme a ata da reunião, 40% dos
valores, em caso de sucesso na iniciativa judicial, será destinado
às famílias dos 64 mortos e quatro sobreviventes brasileiros da
tragédia aérea de Medellín (deduzidas apenas as despesas
processuais). O clube classifica a decisão como uma forma de ajuda
humanitária.
Na última quarta-feira, a Chapecoense anunciou
que entrou na Justiça contra a BISA Seguradora, empresa contratada
pela companhia aérea LaMia no período do acidente aéreo ocorrido há
um ano, na Colômbia. Na ação de pedido indenizatório figuram também
órgãos do governo boliviano, que não foram especificados pelo
clube.
Em maio, a Bisa argumentou no processo judicial
que a apólice da companhia aérea boliviana não estava em vigor por
falta de pagamento. A empresa que tem base de operação em Miami
também alegava que seu contrato com a LaMia não previa cobertura a
voos para a Colômbia, em razão dos riscos técnicos de sobrevoar um
território que conta com atividades guerrilheiras.
No entanto, um mês depois, o governo boliviano
considerou válida a apólice da LaMia com a seguradora Bisa e
manifestou que a empresa teria que indenizar as vítimas do acidente
com a delegação da Chapecoense. O valor a ser dividido entre
sobreviventes e familiares dos mortos é de US$ 25 milhões (cerca de
R$ 81 milhões). Em outubro passado, a empresa chegou a tentar um
acordo de US$ 200 mil (aproximadamente R$ 650 mil) com os
representantes de cada uma das vítimas, mas não obteve sucesso.
O valor da apólice, caso seja pago, não será
dividido de forma igualitária. A ideia é que o montante passe por
um cálculo, que levará em consideração a expectativa de vida de
cada uma das vítimas -os mais jovens receberão mais que os mais
velhos.
A reportagem apurou que as famílias das vítimas
veem com reticência a iniciativa da Chapecoense, sem esperanças de
desfecho breve para o impasse com a seguradora Bisa na Justiça
boliviana.