A Usina Santa Terezinha, maior
produtora de álcool e açúcar do Sul do país, trocou a operadora do
plano de saúde dos seus funcionários e familiares. Com a decisão, a
Unimed Regional Maringá perdeu 25,6 mil beneficiários e uma receita
mensal de R$ 4,3 milhões. Os números representam 15,2% dos
segurados e 10% do faturamento total da cooperativa de serviços
médicos.
Um baque e tanto, levando-se em conta
que no decorrer de todo o ano passado a Unimed de Maringá perdeu
0,9% dos beneficiários. A cooperativa encerrou 2016 com 169,3 mil
segurados e fechou 2017 com 167,7 mil. Não houve expansão, como
pretendia, mas a baixa do ano passado pode ser considerada “normal”
no contexto de crise econômica vivido pelo país e o crescente
índice de desemprego.
As informações constam em editais
contábeis da Unimed Regional Maringá Cooperativa de Trabalhos
Médicos, que ocuparam quatro páginas do setor de classificados do
jornal O Diário, na edição de quarta-feira (14/3). Em letras
minúsculas como as de bulas de remédio, um dos documentos informa
que a notificação extrajudicial do desligamento da Santa Terezinha
foi entregue à Unimed no dia 31 de janeiro deste ano.
Operadora contratada veio de Ribeirão
Preto
A assessoria de comunicação da Santa
Terezinha, sediada em Maringá e com nove unidades de produção em
atividade no Paraná e uma no Mato Grosso do Sul, informou nesta
sexta-feira (16/3) que a troca pela operadora São Francisco Saúde,
de Ribeirão Preto (SP), passará a vigorar no dia 1 de abril. A
empresa veio para o Paraná para atender a usina.
“Até o dia 31 de março os funcionários
continuam sendo atendidos normalmente pela Unimed Maringá”,
informou a assessoria de comunicação da usina sucroalcooleira.
Em nota, a empresa explicou que foi
necessário um período de transição porque a São Francisco Saúde
está se instalando agora em Maringá e nas outras cidades onde a
Santa Terezinha tem unidades.
Segundo a assessoria, a nova operadora
é especializada em atendimento de funcionários de usinas de álcool
e açúcar e oferecerá os mesmos serviços médicos, laboratoriais e
ambulatoriais cobertos pelo plano que a Santa Terezinha mantinha
com a Unimed. Questionada, respondeu que sim, que “os preços foram
considerados na substituição”, mas não informou valores.
Os planos de saúde contratados pela
Santa Terezinha, tanto com a Unimed como com o São Francisco,
oferecerem opção para os funcionários incluírem familiares. “As
carteirinhas estão sendo feitas e ainda não temos o número exato de
beneficiários no novo plano”, acrescentou a assessoria. Quando eram
25,6 mil beneficiários, o número de funcionários era cerca de 16
mil.
Segundo os editais de prestação de
contas da Unimed Maringá, em 2017 a cooperativa encerrou o ano com
um faturamento de R$ 520,385 milhões e gastos de R$ 440,197
milhões. As sobras foram destinadas para o Fundo de Reservas
Técnicas (10%), Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social
(5%) e distribuídas aos cooperados na proporção dos trabalhos que
realizaram.
Unimed Maringá prefere não se
manifestar
A Unimed Maringá foi procurada na
tarde de sexta-feira (16/3), quando foram encaminhadas perguntas
sobre o rompimento de contrato. Entre as questões, foi perguntado
se haveria impacto nos preços dos planos.
Na tarde desta segunda-feira (19/3), a
Unimed Maringá informou que não vai se manifestar sobre o assunto
neste momento.