Satisfação do consumidor ultrapassa a  barreira do oferecimento de bons produtos. Hoje, ele procura serviços  ágeis e com qualidade, que agregam novas experiências ao seguro
Há algum tempo o consumidor deixou de  procurar apenas uma cobertura do seguro. Hoje ele quer isso também, mas  acompanhado de um ecossistema de serviços tangíveis. É o que mostra um  estudo da Bain & Company que apontou que os elementos mais  importantes para os clientes de seguros de vida e de P&C (property  and casualty) são os funcionais, relacionados à qualidade de produtos e  serviços e à facilidade de fazer negócios. Consumidores de todo o mundo –  especialmente aqueles mais jovens e digitalmente ativos – querem fazer  negócios com novas empresas, que sejam capazes de criar e entregar mais  valor que as seguradoras tradicionais.
Este estudo mostra o nível de NPS (Net  Promoter Score é uma metodologia criada por Fred Heichheld para medir o  grau de satisfação e a lealdade dos clientes das empresas de qualquer  segmento. A métrica é amplamente utilizada por causa de sua  simplicidade, confiabilidade e flexibilidade) de do mercado de seguros  em 18 países, com cerca de 175 mil clientes. No Brasil, foram ouvidos 5  mil consumidores de seguros de vida e de P&C.
“Os clientes de seguros não têm  necessidades complicadas. Eles querem ser capazes de escolher entre boas  opções de serviços e preços razoáveis. Valorizam informações claras e  transparentes e desejam interações fáceis e sem complicações. Esperam  que suas seguradoras os ajudem a aliviar a ansiedade, em vez de  aumentá-la”, diz Abel Colaço, principal da área de serviços financeiros  da Bain. “As empresas também querem que os usuários interajam mais, para  que melhorem sua percepção de que podem se diferenciar. A digitalização  serve para melhorar a experiência do cliente e diminuir os custos  operacionais”, completa Colaço.
Como resultado, a indústria está cada  vez mais vulnerável a inovadores digitais, que vendem diretamente aos  consumidores e ganham mercado de empresas estabelecidas ao criar mais  valor para os novos clientes. As descobertas da pesquisa revelam que os  consumidores – especialmente os millennials ativos digitalmente – estão  muito abertos à compra de produtos de novos players, incluindo aqueles  de fora do setor, como empresas de tecnologia, montadoras e varejistas.  Essa tendência é mais evidente em mercados emergentes, como o Brasil,  onde quase 90% dos entrevistados disseram que estariam abertos à compra  de seguros de novos participantes.
Além disso, a pesquisa aponta que os  clientes dão às seguradoras classificações mais altas, quando as  empresas oferecem um ecossistema de serviços que vá além da simples  cobertura de seguro. Essas seguradoras são capazes de se conectar melhor  com os consumidores em elementos emocionais e de mudança de vida –  aqueles valorizados pelos millennials. No Brasil, a maioria dos clientes  prefere que as seguradoras sejam as provedoras desses serviços  ecossistêmicos.
“Em um momento de disrupção, as  seguradoras mais inteligentes reconhecem que não podem fazer tudo por  conta própria. Dessa forma, estão se unindo às insurtechs e a outras  empresas, para modernizar suas operações, da distribuição ao  processamento de sinistros”, diz Colaço. “As seguradoras que fazem o  trabalho duro de entender e entregar valor para os clientes de hoje e de  amanhã estão no caminho para a lealdade sustentada e o crescimento  duradouro”, finaliza.