Diretora executiva da FenaSaúde
discutiu importância do setor
Em período de pandemia, ficou
evidente o papel fundamental da saúde suplementar ao possibilitar
tratamento adequado para milhões de pessoas quando elas precisam.
São 47 milhões de beneficiários com cuidados garantidos ao mesmo
tempo em que se desafoga o sistema público. As operadoras de seguro
de saúde, inclusive, agiram eticamente, no sentido de cumprir bem
uma função muito importante para a sociedade em momentos de
risco.
“Atua eticamente quem cumpre o seu
papel em relação à totalidade. Quem contribui para o funcionamento
harmônico de um grande grupo. Quem age em busca do bem-estar da
coletividade. A saúde suplementar tem um papel ético na sociedade,
que se destacou em tempos de covid-19”, afirmou a
diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente, no webinar “Ética e
integridade como ferramentas de acesso à saúde: o papel da saúde
suplementar durante a pós-covid-19”, promovido pelo Instituto Ética
Saúde (IES).
O esforço de combate à covid no
Brasil se deu como uma parceria entre setor público e privado,
salientou Vera: “O SUS tem feito brilhantemente sua parte no
combate à covid. Mas essa eficiência do setor público foi possível
também por conta do papel dos planos de saúde que atenderam seus
beneficiários. Esforço comum em nome de uma coletividade”.
Atenta à questão da integridade, a
FenaSaúde, inclusive, possui uma Comissão de Ética com
objetivo de troca de experiências sobre como evitar
desperdícios, considerando não só a falta de eficiência mas também
as fraudes.
“Desperdícios são de fato uma
questão ética que importa a todos: um estudo recente, feito pela
plataforma de gestão de saúde DRG Brasil, com 1,8 milhão de diárias
hospitalares de mais de 500 mil pacientes, mostrou, por exemplo,
que quase 38% das internações poderiam ter sido evitadas. Um
número impressionante”, afirmou a dirigente da FenaSaúde.
O desperdício no setor está na
falta de coordenação, na falha no atendimento, no
sobrepreço, na fraude e abuso, no tratamento desnecessário e
na burocracia administrativa. “São questões que estamos
atentos e buscamos criar mecanismos de minorá-las a cada dia, com
ações de gestão e de integridade”, explicou Vera Valente.
As operadoras de planos de saúde
não escolhem os procedimentos médico-hospitalares. Essa decisão
cabe ao profissional de saúde. Mas, no final das contas, quem paga
pelos desperdícios é o próprio contratante, seja pessoa física ou
jurídica, que custeia o fundo mútuo administrado pela operadora,
pois os custos assistenciais são repartidos entre todos os
participantes.
“É importante mencionar que
procedimentos desnecessários podem causar danos físicos e
psicológicos aos pacientes. Uma intervenção cirúrgica desnecessária
pode ser, inclusive, tipificada como ato criminoso por violar a
integridade física da pessoa. Isso é absolutamente desnecessário”,
afirmou a diretora executiva, que em sua fala também mostrou as
implicações éticas de questões como projetos de lei, judicialização
e incorporação de novas tecnologias.
Participaram do webinar o
presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Rogério
Scarabel; o presidente da Unidas Autogestão em Saúde,
Anderson Mendes; e a vice-presidente do IES, Patrícia Braile. A
moderação foi de Carlos Eduardo Gouvêa, relações institucionais do
IES.