Doar sangue é um ato de cidadania e deve ser uma atividade
regular. No Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado hoje (14),
profissionais das áreas de hematologia e hemoterapia apelam à
população para que a doação seja feita periodicamente e não apenas
nos momentos de necessidade. Enquanto a média mundial de doadores
está entre 3% e 5%, no Brasil esse percentual tem sido 1,9% nos
últimos cinco anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Neste ano, em que a data é comemorada pela décima vez, a OMS lançou
a campanha global “Dê a vida de presente: doe sangue” ("Give the
gift of life: donate blood").
A organização alerta que com o aumento da expectativa de vida e,
consequentemente, do número de doenças crônicas que demandam
transfusão de sangue, a doação regular é cada vez mais
necessária. Para o presidente da Associação Brasileira de
Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Carmino Antonio
Souza, a doação deve se tornar um hábito, como ir ao dentista ou ao
ginecologista. “O dia do doador é muito importante, porque a doação
é altruísta e gratuita. Portanto, sem a participação da sociedade
não temos glóbulos vermelhos, plaquetas. Sangue não se fabrica e
precisamos de sangue humano para os tratamentos que fazemos hoje”,
disse o médico.
No Instituto Nacional de Cardiologia (INC), na zona sul do Rio,
são necessárias cerca de sete doações para um procedimento simples,
como revascularização, e de 10 a 15 doações para uma cirurgia mais
complexa, como de válvula ou aorta.
Segundo a coordenadora do Hemonúcleo do INC, Graça
Fonseca, para não faltar sangue aos pacientes na hora da cirurgia,
é necessária a manutenção de pelo menos 30 doações diárias.
Para doar sangue é necessário ter entre 18 e 65 anos, estar em boas
condições de saúde e pesar mais de 50 quilos. De acordo com a OMS,
62 países coletam sangue de maneira totalmente voluntária,
inclusive o Brasil. Nas demais nações, há também a doação
remunerada.