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Aumento de roubo de carros faz preço do seguro subir 20% no ES

Fonte: Redação Folha Vitória Data: 22 maio 2017 Nenhum comentário

Segundo o sócio de uma corretora de Vitória, Mário César Ribeiro, há casos em que o reajuste chegou a 40%, dependendo do modelo do carro, entre outros fatores

A grande quantidade de furtos e roubos de veículos registrada no Espírito Santo, nos últimos meses, fez com que o preço da contratação de seguro para os automóveis crescesse consideravelmente. Segundo o sócio de uma corretora de Vitória, Mário César Ribeiro, o valor subiu, em média, cerca de 20%.

O corretor explica que esse reajuste varia bastante, dependendo do modelo do carro, da região onde mora o segurado, se o veículo fica dentro ou fora da garagem, entre outros fatores. “O preço do seguro é mais alto quando é para um carro mais visado pelos bandidos. Em alguns casos, esse reajuste foi de 40%”, ressaltou.

 

De acordo com Ribeiro, a alta no preço do seguro tem prejudicado o setor, já que a procura pelo serviço tem sido menor. “Isso atrapalha muito o nosso mercado, na medida em que o preço do seguro fica inviável para a maioria da população pagar, principalmente nos veículos populares. Há uma grande incidência de pessoas que, ao renovar o seguro, dizem que não têm dinheiro para isso. Por causa disso, muitos têm recorrido ao chamado seguro popular, cujo preço é cerca de 30% mais baixo que uma apólice normal. Mas, mesmo assim, o valor ainda fica bem alto”, disse.

Para o corretor, o principal fator que tem elevado os índices de furtos e roubos de veículos é a falta de policiamento nas ruas. “A greve da polícia foi um divisor de águas. É lógico que essa é uma sensação que eu tenho e a população também tem, mas parece que a polícia não voltou da greve ainda”, afirmou.

De acordo com o corretor, somente na empresa dele chegam pelo menos dois acionamentos de sinistro por semana, de carros que são levados por bandidos. Segundo ele, a Serra é a cidade da Grande Vitória com o maior número de registros, o que faz com que o seguro seja mais caro para veículos do município.

César Ribeiro destacou ainda o aumento no número de roubos de veículos de luxo. “Antes não era tão comum o crime de tomar o veículo de assalto. O bandido furtava o veículo na rua e, geralmente, eram automóveis populares, com menos itens de segurança. Só que agora os bandidos estão assaltando qualquer carro, inclusive os mais sofisticados, já que rendem o motorista com o veículo em andamento”, frisou.

Já o presidente da Banestes Seguros, Otacílio Pedrinha, prefere não associar o aumento do preço do seguro com um maior índice de roubos de veículos na Grande Vitória.

“O valor do seguro varia muito de acordo com o risco inerente ao local onde mora o segurado. Se houve um aumento no número de roubo de carros, é também porque a frota aumentou bastante. Mas não é de interesse das seguradoras aumentar o prêmio dos seguros. Não há uma maior rentabilidade da empresa com esse aumento”, destacou.

Vítima

Quem sofreu na pele com o alto preço dos seguros foi o autônomo Sérgio Delunardo, de 44 anos. Ele mora há 22 anos em Guaranhus, Vila Velha, e conta que todos os dias deixava o carro estacionado em frente à casa onde mora com a família. No entanto, o veículo foi roubado na semana passada, quando ele chegava em casa.

“Encostei o carro como eu encosto sempre, um pouco em cima da calçada. Saí do carro com minha esposa e, quando abrimos o portão, fui abordado por um rapaz armado. Ele pediu a chave do carro, senão ia atirar em mim”, disse o autônomo, em entrevista para a TV Vitória/Record TV.

A vítima disse que tinha comprado o veículo há apenas quatro meses e o utilizava para fazer transporte executivo de passageiros. “Eu tinha já uma carteira boa de passageiros que eu carrego sempre e agora estou de pés e mãos atadas”, lamenta.

O autônomo registrou um boletim de ocorrência, mas o veículo ainda não foi recuperado pela polícia. Para piorar, ele não tinha contratado o serviço de seguro, justamente por conta do valor: mais de R$ 4 mil.

“Quando eu procurei o corretor, os preços estavam meio altos. E como eu falava que morava em Guaranhuns e que o carro às vezes tinha que ficar do lado de fora da garagem, o valor ficava alto demais”, contou.

 

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