RIO — Apesar de necessário, devido às insuficiências do atendimento na saúde pública, cerca de 30% dos trabalhadores do país não têm plano de saúde, de acordo com pesquisa da Ticket. Ainda segundo o levantamento, 63% dos trabalhadores são beneficiados por planos de saúde corporativos e 7% possuem planos particulares. A pesquisa aponta ainda que o alto custo de um plano de saúde é o principal motivo para troca de convênio (25%), seguido da falta do atendimento de alguma especialidade médica (16%).
— Percebemos com este levantamento que há um espaço de não-atendimento de colaboradores de algumas empresas e que o valor gasto com o plano médico é um fator importante na tomada de decisão de contratação —, explica Felipe Gomes, Diretor Geral da Ticket.
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Planos de saúde: mudanças de rumo na Justiça
Vale destacar que não há lei que obrigue as empresas a oferecerem planos de saúde para os funcionários.
— Caso o plano de saúde esteja previsto na convenção coletiva de determinada categoria, a empresa é obrigada a oferecer o benefício, explica Antônio Carlos Aguiar, diretor do Instituto Mundo do Trabalho.
Sobre a utilização do serviço médico, 76% acabam recorrendo à cobertura para realização de exames clínicos e consultas de especialidade e só um quarto recorre ao serviço para atendimento hospitalar. Do total dos pesquisados, mais da metade (62%) realiza check-up anual.
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Visão das empresas
De acordo com a pesquisa, 45% das empresas de pequeno porte, com até 100 funcionários, dizem que não oferecem convênio médico aos seus colaboradores. Das que oferecem o benefício (55%), 41% apontam que o custo mensal com a contratação da assistência chega a ser de R$ 10 mil, e 11% gastam entre R$ 11 mil a R$ 25 mil por mês.
Para as médias e as grandes empresas, que contam com com até 2 mil funcionários, 55% delas alegam gastar até R$ 50 mil ao mês com convênio médico que oferece aos empregados e 37% não oferecem este tipo de benefício ao trabalhador.
Custos
Para as empresas, o maior mercado da saúde suplementar, o gasto com planos para funcionários sobe ano a ano e cresceu 19%, em 2017, saindo de R$ 270,30, em 2016, para R$ 321,58. Em 2012, o custo per capita era de R$ 158,42, uma alta acumulada de 102,3% nos últimos cinco anos, segundo levantamento da Mercer Marsh Benefícios.
Ainda segundo levantamento, os reajustes dos planos empresarias, neste período, foram 40% superior à inflação de preços medida pelo IPCA do país no acumulado dos últimos cinco anos (2012 a 2017). O plano de saúde já representa 12,7%, em média, da folha de pagamento das empresas.
— O que verificamos é que para as empresas o custeio do plano de saúde dos funcionários cresce e elas passaram a redesenhar seus benefícios para conter custos. Aquelas que não cobravam coparticipação em procedimentos passaram a fazê-lo, por exemplo. E, por outro lado, o benefício pesa para os empregados, seja na coparticipação, no pagamento de parte da mensalidade e custos com dependentes. Esse custo chega a representar 35% da remuneração do indivíduo, dependendo da empresa e do plano de saúde — explica Mariana Dias Lucon, diretora da Consultoria Mercer Marsh Benefícios.