Estudo feito pelo Grupo Hospitalar Santa Celina mostra que a proximidade com os entes queridos é um fator positivo do home-care
O Grupo Hospitalar Santa Celina realizou uma pesquisa com 20 cuidadores sobre os principais desafios no cotidiano de quem convive com um familiar doente sob os cuidados de um programa de home-care. Cuidador é a pessoa designada pela família para colaborar no tratamento do paciente e se responsabilizar pelos cuidados do dia a
dia.
A principal constatação é que, mesmo com as novas incumbências, algumas bastante difíceis, 90% preferem ter seu familiar dentro de casa a vê-lo internado no hospital. A pesquisa foi realizada através de entrevistas individuais com os cuidadores – nove eram cônjuges dos pacientes, seis eram filhos, quatro pais e somente um irmão. O tempo de tratamento do grupo é bem heterogêneo, incluindo pacientes em home-care desde 2007 e outros que iniciaram os cuidados este ano.
Para justificar a preferência pelo tratamento em domicílio, 14 entrevistados disseram que a proximidade com a família é um fator positivo do home-care; outros seis afirmaram acreditar que em casa os pacientes recebem melhor tratamento. Seis cuidadores mencionaram ainda o fato de internações hospitalares aumentarem o risco de infecção.
Como desafio da nova rotina, os entrevistados afirmaram que os procedimentos e medicações são a maior dificuldade encontrada – 13 pessoas indicaram o fato de terem que conviver com traqueostomia, sondas, balão de oxigênio, controle de medicamentos, entre outros, como a maior questão a ser enfrentada no suporte aos familiares. Mesmo contando com assistência de profissionais de saúde conforme a prescrição médica (por exemplo, fisioterapia, nutrição, enfermagem para aplicação de medicações endovenosas, visitas médicas e presença de enfermeiros conforme a necessidade, entre outros), os cuidadores relatam ansiedade em conviver com equipamentos e tarefas que cabem a eles.
A pesquisa mostra que o maior desafio é cuidar da parte de higiene, dar banho, às vezes lidar com sangue. Por outro lado, o maior benefício é ter a família presente, cuidando.
Segundo a diretora do Grupo Hospitalar Santa Celina, Ana Elisa Siqueira, o estudo foi realizado porque é fundamental saber o que os cuidadores pensam. Ela chama atenção para o fato de que eles são parceiros fundamentais da condição de saúde dos pacientes.