Diretora executiva da área
Clientes da administradora de benefícios participou de reunião da
Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e
Defesa do Consumidor.
A Qualicorp – administradora de
planos de saúde coletivos – foi convidada pela Comissão de
Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do
Consumidor (CTFC) para participar do debate sobre a proposta de
mudança na legislação dos planos de saúde. A Companhia foi
representada pela diretora executiva de Clientes, Juliana Pereira,
que apresentou dados do setor de saúde no Brasil, incluindo uma
pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pela Qualicorp sobre
planos de saúde.
A executiva destacou que, ao mesmo
tempo em que os planos de saúde possibilitam o acesso de cerca de
47,1 milhões de pessoas à saúde suplementar e são o segundo maior
desejo da população, atrás apenas da casa própria (de acordo com a
pesquisa do Instituto Datafolha), também carecem de melhorias.
Segundo a diretora, os principais
pilares para mudanças no setor de saúde devem se basear no foco à
gestão assistencial, investimento no cuidado integrado, engajamento
do consumidor, envolvimento de todos os atores do segmento e
preservação da sustentabilidade dos planos de saúde. “Qualquer
mudança que venha a ser feita na lei tem que ser debatida com todos
os envolvidos, população, governo, órgãos de defesa do consumidor e
as empresas do setor. Um diálogo transparente e engajamento são
essenciais para que se tenha um novo modelo.”
“Antes de falar de tecnologia de
ponta e procedimentos complexos, é preciso voltar a atenção para
questões de processos e não estruturais”, enfatizou Juliana
Pereira. Os problemas de atendimento foram apontados na pesquisa
Datafolha como uma das principais dificuldades enfrentadas pelos
clientes de planos de saúde. Já entre os itens mais desejados pela
população em um plano de saúde, a transparência aparece em primeiro
lugar.
O levantamento foi realizado na
cidade de São Paulo, no início novembro. Foram entrevistados 811
moradores da capital paulista, com 16 anos ou mais, que têm plano
de saúde ou que tiveram nos últimos quatro anos (2015). A pesquisa
abordou os principais temas relacionados ao setor, como qualidade,
aspectos desejáveis, canais de atendimento, legislação, problemas
enfrentados pelos clientes, telemedicina e médico de família. Em
relação à pesquisa de 2018, a nota média aplicada aos planos de
saúde pelos entrevistados subiu de 7,9 para 8. Já a parcela dos que
recomendariam o plano de saúde a um amigo ou familiar alcançou
83%.
A legislação atual dos planos de
saúde também foi tema de destaque na pesquisa. Para 68% dos
entrevistados, a lei em vigor traz mais benefícios às empresas de
planos de saúde do que aos consumidores e apenas metade se sente
protegido pela atual legislação. A não autorização da cirurgia foi
o principal motivo para os usuários recorrerem à Justiça; 90% deles
nunca foram ao Judiciário contra os planos de saúde. O maior
problema apontado por 27% das pessoas foi agendar consultas, exames
e cirurgias. Desses, 23% não recorreram a nenhum canal de
atendimento; 16% recorreram a órgãos de defesa do consumidor. E,
entre os que tiveram problema, 44% declararam que ele não foi
resolvido.
O senador Cid Gomes observou que
houve um aumento no número de reclamações registradas na Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) entre os anos de 2018 e 2019.
Cid mediou a discussão sobre a necessidade de revisão do marco
legal dos planos de saúde, que completa 21 anos de vigência. “Houve
avanços nos últimos anos, mas sob a ótica do usuário há uma
percepção muito clara de que é preciso haver ajustes na legislação
e uma melhor regulamentação”.
Para o senador Rodrigo Cunha,
Presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e
Controle e Defesa do Consumidor, "o debate aprofundado é o melhor
caminho para chegarmos num marco regulatório para os planos de
saúde que seja adequado. Esse assunto diz respeito à vida de
milhões de brasileiros. Por isso considero como um passo importante
a audiência pública que fizemos."