Conjuntura CNseg 19 destaca
ações das seguradoras e trata das perspectivas econômicas
As seguradoras não são capazes de
mudar a direção do vento, mas podem ajudar a atravessar a
turbulência. Essa é a principal mensagem apresentada na nova edição
da Conjuntura CNseg – publicação da
Confederação Nacional das Seguradoras –, que apresenta as
principais medidas adotadas pelas seguradoras nacionais e
estrangeiras diante dos impactos da pandemia do novo
coronavírus. No caso brasileiro, a publicação aponta um duplo
impacto decorrente da pandemia: no desempenho operacional das
seguradoras e na gestão dos seus riscos, afirmando que, apesar
disso, o mercado permanece resiliente e capaz de responder
prontamente aos desafios impostos pelo cenário surpreendente e
multifacetado produzido pelo novo vírus.
Em relação ao impacto sobre os
produtos em si, de acordo com a publicação, somente será possível
“começar a traçar um panorama completo com a divulgação dos dados
de março do setor de seguros, e mais meses adiante, o que só deverá
ocorrer a partir de junho, tendo em vista a flexibilização dos
prazos de envio das informações de fevereiro e março anunciada pela
Superintendência de Seguros Privados (Susep)”.
Entretanto, conforme abordado no
editorial do Presidente da CNseg, Marcio Coriolano, na Conjuntura CNseg 18, edição recentemente publicada, é
possível inferir que, de uma forma geral, todos os segmentos do
setor deverão sofrer impactos por conta da pandemia. “Os
prognósticos são desfavoráveis a médio prazo”, ele observa.
No plano operacional, a medida mais
relevante é a adoção dos Planos de Continuidade de Negócios
(PCN), permitindo cuidar da saúde dos colaboradores e, ao mesmo
tempo, manter os serviços sem prejuízo a seus clientes.
Os elevados investimentos na
conversão digital das seguradoras, diz a Conjuntura CNseg, explicam
o atendimento via canais digitais a clientes e parceiros de
negócios e o bem-sucedido trabalho remoto (home office).
Nos últimos anos, relata o estudo “Panorama Digital do Setor
Segurador”, realizado pela Comissão de Inteligência de Mercado da
Confederação em 2018, 97,3% das empresas consultadas afirmaram
dispor de projeto de transformação digital, com destaque para ações
voltadas aos clientes. O resultado disso é que podem ser realizados
hoje, de forma remota: liquidação de sinistro, reembolsos, resgate,
sorteios, pagamento de benefícios, cobrança, cancelamentos,
aquisição de produtos e prestação de serviços de assistência.
A Conjuntura CNseg ainda detalha as
regras de aceitação de riscos e explica as razões de pandemias e
epidemias, que são fatos raros e de difícil precificação, não
disporem de coberturas específicas. Ainda assim, dá ciência de que
parte do mercado, dada a gravidade da crise sanitária,
passou a acolher os riscos decorrentes da pandemia nos seguros de
benefícios – como Saúde Suplementar e Vida. Além disso, enumera
diversos produtos dos segmentos de Danos e Responsabilidades e
Seguros Pessoais que terão desvio na sinistralidade, em razão de
situações ocasionadas indiretamente pela pandemia.
A publicação também faz um retrato
atualizado das consequências da pandemia no mercado mundial de
seguros, demonstrando o alinhamento das seguradoras brasileiras com
as melhores práticas. Ela detalha as medidas emergenciais adotadas
pelo governo, avaliando-as positivamente no sentido de procurar
atenuar os impactos do choque. Uma ação que busca manter as
perspectivas de famílias e empresas no terreno positivo, criando
uma ponte para o futuro, fundamental para a confiança na economia.
A publicação reúne as medianas de projeção do mercado para juros,
inflação e dólar, com os dois primeiros com indicações de baixa e o
câmbio bastante volátil. A publicação ratifica a previsão de
PIB negativo em 2020 e provável recuperação em 2021, mas com alta
muito discreta.