A crescente digitalização de processos deve mudar também a forma de distribuição de seguros no futuro. A utilização de market places - plataforma mediada por uma empresa, em que vários fornecedores se inscrevem e vendem seus produtos – deve se tornar rotina, também entre os corretores brasileiros.
“Do meu ponto de vista, acredito que os próximos passos do mercado de seguros devem ser a criação de vários market places de corretores para os clientes B2B e alguns B2C”, afirma Newton Queiroz, CEO e presidente da Argo Seguros - seguradora especialista no desenvolvimento de produtos de nicho, com foco na inovação e apoio da tecnologia.
Para o executivo, essa tendência está relacionada a um movimento do próprio mercado de seguros. “Como um todo, nosso setor caminha para atrelar suas plataformas digitais (tanto as de seguradoras, quanto de corretoras) ao ecossistema de outras indústrias e, com isso, usufruir da possibilidade de distribuição em diversos canais de forma rápida e com um custo de implementação reduzido”.
Na opinião de Newton, isso acontecerá por conta do momento de transição em que vive o setor. “O seguro sempre foi um meio muito tradicional, onde o olho a olho sempre contou bastante. Agora, com essa necessidade de desenvolvimento digital, junto com a pressão de redução de custos devido à baixa nas taxas dos investimentos, todos terão que buscar canais cada vez mais amplos para distribuição de seus produtos”.
Contudo, na visão do executivo, todo esse movimento de inovação não afetará o papel do corretor de seguros. “O Brasil já oferece hoje produtos interessantes e, em algumas áreas, existe um atendimento virtual razoável, com acesso através do whatsapp, chatbots, telefone, e-mail, entre outras formas de comunicação com o cliente. Mas ainda estamos longe de oferecer uma experiência de compra realmente satisfatória”, avalia.
Antes de encerrar, o CEO da Argo lembrou a importância do atendimento ao cliente e a resolução dos sinistros, que na prática é onde o segurado de fato entende a importância de contar com uma cobertura. “Acredito que o seguro é uma grande ferramenta de estabilização financeira para grande parte da população, seja em momentos específicos de um cliente e/ou em uma crise como a que vivemos hoje. Nesse momento, o fator humano, a conversa com o especialista, sempre será importante”, concluiu.