Um estudo realizado pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, reuniu 30 mil prontuários médicos e constatou que 3,7% deles apresentaram algum evento adverso e 13,6% desses eventos levaram ao óbito do paciente. De acordo com o mesmo estudo, 50% destes equívocos poderiam ser evitados.
Resultados como os apresentados na pesquisa são gargalos presentes no sistema de saúde de diversas localidades. No intuito de aprimorar os cuidados realizados dentro da instituição, o Hospital Santa Isabel, localizado em São Paulo, está implantando um serviço de gestão de risco hospitalar e segurança do paciente.
Segundo a coordenadora de risco do hospital, Maria Alice Poppe Pereira, o objetivo é levantar todos os riscos pelos quais o paciente pode passar desde o momento que entra até a hora que sai do hospital. “Estamos identificando os riscos em cada setor, para podermos implantar protocolos de atendimento e treinamentos em nossa equipe”.
Maria Alice explica que um dos protocolos que estão sendo implantados visam o atendimento rápido e precoce para evitar enfarto dos pacientes.
Um dos grupos que ela diz que mais precisa de atenção é a população idosa. “O envelhecimento populacional é uma realidade no Brasil. Diante dessa realidade, precisamos focar no público da terceira idade, pois apresentam patologias maiores e tem maior possibilidade de cair”.
Maria Alice explica que um dos problemas que dificulta a implantação de programas de gestão assistencial e segurança do paciente nos hospitais é o fato de que as pessoas têm receio de punição. “É importante que os gestores conscientizem suas equipes sobre a importância de identificar erros, fazendo com que entendam que o objetivo é avaliar o processo e não encontrar culpados”.
Ela finaliza ao dizer que aqui no Brasil a instituição é uma das cinco que já implantou o serviço formalmente. E ressalta que o Brasil já possui um programa de adesão voluntária, mantido pela Associação Paulista de Medicina e Conselho Regional de Medicina de São Paulo, cujo objetivo é contribuir para a melhoria contínua da qualidade hospitalar.
Já para o controle de qualidade de materiais hospitalares, a Anvisa criou a Rede de Hospitais Sentinela, que é um sistema de gerenciamento de risco especialmente nas áreas de farmacovigilância, hemovigilância e tecnovigilância.