Matéria publicada nesta segunda-feira, pelo jornal Valor Econômico mostra que o faturamento do segmento para animais domésticos chegou a R$ 40,8 bilhões em 2020. O jornal ouviu diversos especialistas do setor que confirmaram o aquecimento do mercado Pet. O Brasil já está entre os maiores do setor, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Durante a pandemia, a necessidade do distanciamento social fez mais pessoas buscarem por um animal de estimação. Mesmo sem dados oficiais da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), o mercado criou produtos para atender as necessidades dos donos de animais.
Uma das pessoas ouvidas pelo jornal foi Bruno Kelly, professor da Escola de Negócios e Seguros. Ele confirmou que a reclusão forçada aumentou a procura por pets, principalmente cães e gatos. “Esses animais geram uma despesa de vacina, veterinários etc. Houve procura maior por produtos que funcionam como um plano de saúde para o animal. Cobertura para consultas, exames, internações, vacinas. O que se nota é que é um segmento que atende bem à necessidade do dono do animal.”
Ele disse que o corretor de seguros é o canal mais adequado para o desenvolvimento de produtos no segmento pet porque há demanda. “As pessoas querem o produto, mas não sabem que ele existe. Hoje, há poucas seguradoras que trabalham com esse tipo de seguro, o que gera concentração e não ajuda na questão de preços”, afirma Kelly.
Outro especialista ouvido pela reportagem foi Rodrigo Herzog, superintendente executivo de sinistros da Bradesco Seguros Auto/RE. Segundo o executivo, o crescimento do segmento demonstra como a relação do brasileiro com seus animais de estimação é cada vez mais próxima e requer cuidados especiais. Esta situação se refletiu na seguradora, que registrou no primeiro trimestre deste ano um crescimento de 213% na assistência à pets ante igual período de 2020.
“Temos o produto residencial sob medida, que oferece assistência para todo o Brasil. O plano ecopremium pet disponibiliza vários serviços, como acionamento ou agendamento de leva e traz, envio de ração ao domicílio, agendamento de consulta, aplicação de vacinas nas residências, consulta veterinária, hospedagem do animal doméstico por acidente. O serviço mais acionado”, diz Herzog.
Para incrementar a carteira residencial com novas assistências para pets neste ano, a Bradesco Seguros deve investir na expansão sustentável do segmento, mantendo a qualidade do serviço nas redes referenciadas e tendo como pilares a inovação associada ao atendimento humanizado e especializado. “Nosso foco é no bem-estar e saúde do pet, a partir de um atendimento ágil, seguro e eficaz. Uma novidade é o novo serviço de funeral pet, que contempla despesas com cremação de até R$ 600”, diz Herzog.
Para Rogério Guandalini, CSO & CMO da Europ Assistance, também ouvido pelo jornal, a conscientização sobre a importância da assistência pet é uma tendência que vem sendo observada há alguns anos. O aumento da contratação deste serviço se deve à conscientização dos consumidores quanto à importância e comodidade de se ter esse tipo de assistência. “Temos há mais de dez anos assistências para o segmento pet, mas nos últimos anos houve um aumento considerável de procura por esses serviços.”
Guandalini diz que as coberturas variam entre as convencionais, como assistência emergencial ou aplicação de vacinas, e as coberturas mais diferenciadas, que incluem apoio psicológico e sistema leva e traz do pet. Os valores variam de acordo com planos, frequência, volume de utilização, entre outros fatores.
O executivo diz que a novidade é a assistência de apoio psicológico ao dono no caso de falecimento do pet. “As assistências possuem um papel importante para apoio à saúde e bem-estar do pet, mas não podemos nos esquecer de apoiar também o seu dono em uma situação tão difícil. Por isso, oferecemos consultas psicológicas para apoio emocional”, afirma.
Para este ano, a empresa pretende ampliar as suas coberturas com serviços de televeterinária para orientações relacionadas à saúde do pet, bem como serviços de averiguação de problemas. Segundo o executivo, aproximadamente 5% da receita da companhia está atrelada a produtos com benefícios pet.
Venda no banco
O Itaú também registrou o aumento da procura por este tipo de seguro e criou no segundo semestre do ano passado, durante a pandemia, o produto Acidentes Pessoais com Assistência Pet, que se destina, na verdade, ao dono do pet, mas com diversas assistências para o cão ou gato do segurado.
A assessoria do banco informou ao Valor que são duas opções de planos que custam R$ 14,90 ou R$ 30 ao mês. Ambos contam com a cobertura de morte acidental e um pacote de assistências bem amplo para os pets, contando com consulta veterinária, consulta veterinária de urgência, hospedagem pet, aplicação de vacina em domicílio, entre outros.
Como desde que foi lançado esse produto está com uma boa demanda, o banco tem planos para lançar um novo pacote de assistências pet na sua Loja de Seguros on-line e um seguro de acidentes pessoais com assistência pet específico para os clientes do Personnalité.