“Se fosse possível, escreveria a palavra seguro no umbral de cada porta, na fronte de cada homem, tão certo estou de que o seguro pode, mediante um desembolso módico, livrar as famílias de catástrofe irreparáveis”. A frase de Winston Churchill, durante a Segunda Guerra, nos remete inelutavelmente à atualidade, nestes tempos de tantas incertezas trazidas pela pandemia. É o que revelam os números do setor e o crescente interesse que o tema vem atraindo nos últimos meses.
Segundo dados da Confederação Nacional de Seguros (CNSEG), o setor apresentou alta de 15,5% nos quatro primeiros meses do ano sobre o mesmo período do ano passado. No segmento de seguros de vida, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) aponta para um crescimento de 16,8% a mais do que em igual período de 2020. Por fim, em abril, a procura por produtos de previdência privada demonstrou um estrondoso aumento de 96,8% sobre o mesmo mês do ano passado.
Não há dúvidas de que a pandemia aumentou a consciência acerca da importância de se ter um seguro, mas a opinião de especialistas é que ainda falta conhecimento sobre o tema. E a difusão de tal conhecimento começa, sem dúvida, pela atuação dos corretores de seguros. O aprofundamento técnico desses profissionais é uma das chaves para o crescimento sustentável do setor. Aos poucos, os corretores vão assumindo o papel de consultores junto aos segurados, auxiliando-os a navegar pelas diferentes opções de produtos e coberturas, semelhante a uma carteira de investimentos.
Com o objetivo de contribuir com esse indispensável pilar do crescimento econômico do país, a Fundação Getúlio Vargas assumiu em fevereiro deste ano um importante compromisso: pela primeira vez, corretores de seguros poderão obter a habilitação requerida pela Susep sob o selo da FGV. Tanto o Exame Nacional de Habilitação quanto o Programa de Qualificação Profissional para Corretores de Seguros ocorrerão no segundo semestre deste ano, sob a coordenação da FGV Conhecimento, unidade especializada na aplicação de exames, concursos e avaliações para as diversas instâncias da Administração Pública e do setor privado.
Em outra frente recém-inaugurada pela FGV, o Instituto de Inovação em Seguros (IIS) surge para reunir empresas, juristas e acadêmicos, promovendo debates sobre questões regulatórias, políticas e econômicas, com o objetivo de produzir análises relacionadas à inovação e tendências futuras na indústria de seguros no Brasil.
A oportunidade de trabalhar junto aos corretores para fomentar o pensamento crítico, ampliar o conhecimento sobre as inovações do setor e proporcionar uma qualificação completa a esses profissionais chega justamente quando o segmento de seguros apresenta seu maior potencial de desonerar o Estado, protegendo a população contra a queda na renda e taxas de emprego neste delicado momento.
Portanto, o contexto atual constitui um franco convite para que profissionais, pesquisadores, acadêmicos, empresários e reguladores participem ativamente desse desenho, especialmente pelo impacto positivo que o crescimento do mercado de seguros pode ter para a retomada econômica do país.