Quem nunca ouviu falar sobre “truques” para baratear o seguro automotivo na hora da contratação? Omitir condutores, passar informação errada sobre o local de pernoite e outros erros de cadastro são as maiores causas de perda da proteção, mas também há casos em que condutores de boa-fé, por falta de orientação, acabam perdendo o direito à indenização em caso de sinistro.
Bruno Kelly, professor da Escola de Negócios e Seguros, explica que a principal causa da perda de seguro é quando o cliente não é sincero na avaliação de riscos.
“É muito comum, por exemplo, a pessoa ter um filho jovem que também dirige o carro e omite essa situação. Isso obviamente impacta no valor do seguro, pois ter um condutor recém-habilitado aumenta o risco. A seguradora, naturalmente, pode negar uma indenização, já que você deixou de pagar um preço mais alto para ter uma cobertura maior”, disse Kelly.
O especialista explica ainda que, em alguns casos, essa falta de sinceridade na contratação do serviço pode ser considerada uma fraude ao seguro. “Se for caracterizada como má-fé, ou seja, se o contratante teve intenção de se beneficiar, terá que responder por isso”, alerta Bruno Kelly.
De acordo com a associação de consumidores Proteste, é preciso cautela na hora de seguir recomendações.
“Até mesmo corretores de seguro mal intencionados acabam sugerindo colocar informações incorretas no perfil da proposta para baratear o custo, acreditando que a seguradora nunca irá descobrir. Mas as seguradoras acabam descobrindo. Cada vez mais elas estão preparadas para combater a fraude”, afirma a instituição.
A Proteste orienta que, caso o segurado tenha alterações a relatar, como CEP de residência ou até mesmo a cor do veículo, imediatamente informe ao seu corretor para realizar a devida alteração na sua apólice.
Confira 10 situações que podem levar à perda do seguro:
1- Informar dados errados no perfil – como CEP de pernoite, lista de condutores e uso do veículo – com o intuito de baratear o seguro;
2 – Mudar alguma característica do risco e não informar a seguradora;
3- Dirigir embriagado ou em alguma condição fora de lei – segundo Bruno Kelly, nessa situação, o condutor assume o risco de se envolver em acidentes;
4- Emprestar o carro para pessoas não habilitadas e/ou que não constem na apólice do seguro – o professor da Escola de Negócios e Seguros explica que a situação pode ser conversada em casos específicos, como de um acidente com manobrista habilitado, por exemplo;
5- Mudar configurações de fábrica do veículo, como rebaixar ou fazer ajustes na suspensão. A medida pode modificar na aerodinâmica do carro, impactando a dirigibilidade e, consequentemente, agravando o risco de acidentes;
6- Instalar acessórios e equipamentos, como sons esportivo e rodas com polegadas superiores às recomendadas pela fábrica, sem avisar previamente à seguradora;
7- Agravar o risco de sinistro, como causar acidentes propositalmente ou deixar vidros e portas do carro abertos, facilitando um furto;
8- Conduzir com a CNH cassada ou vencida há mais de 30 dias;
9- Não pagar ou atrasar parcelas do seguro;
10- Tentar levar vantagem com a seguradora, fraudando e agindo de má-fé.